25 personalidades proibidas de entrar na Rússia

Desde o início da guerra na Ucrânia, muitas são as notícias sobre as sanções impostas pela União Europeia e pelos Estados Unidos ao governo e empresários russos. Mas o país de Putin também tem dado sua resposta a quem manifesta-se contra a guerra.

O Ministério das Relações Exteriores da Rússia divulgou uma lista de 25  pessoas públicas dos Estados Unidos que são consideradas "non-gratas" no país.

"Em resposta às sanções pessoais cada vez mais extensas da administração de Joe Biden contra cidadãos russos, foi introduzida uma proibição permanente de entrada na Federação Russa contra outro grupo de pessoas", diz o comunicado.

E continua: "As ações hostis das autoridades norte-americanas, que continuam seguindo um curso russofóbico, destruindo os laços bilaterais e intensificando o confronto entre a Rússia e os Estados Unidos, continuarão recebendo uma rejeição resoluta".

Entre as pessoas incluídas nesta lista russa estão "pessoas entre os membros do Congresso dos Estados Unidos, funcionários de alto nível, representantes das comunidades empresariais e especialistas, além de personalidades do mundo da cultura (25 pessoas)".

Matthew S. Axelrod, atualmente, ocupa o cargo de Vice-Secretário de Cumprimento de Exportações no Escritório de Indústria e Segurança do Departamento de Comércio dos EUA. Segundo o Wall Street Journal, ele trabalha "para fazer cumprir as leis de exportação dos EUA, que o governo usa para manter bens sensíveis e tecnologia fora das mãos de potências hostis".

Foto: Departamento de Comércio dos Estados Unidos, domínio público, via Wikimedia Commons

Bruce M. Bodine é vice-presidente sênior da Mosaic Co. para a América do Norte. Trata-se de uma das 500 grandes empresas incluídas na lista elaborada anualmente pela Forbes. É a maior produtora norte-americana de fertilizantes à base de potássio e fosfato.

David Boyd Burritt acabou na lista dos banidos do território russo devido ao seu cargo de CEO do grupo siderúrgico US Steel, gigante do aço com importantes negócios na Europa Central.

Daniel P. Vajdich lidera a Yorktown Solutions, uma consultoria estratégica que atua no setor de lobby e advocacia "para investidores institucionais, empresas públicas e privadas, corporações semi-soberanas e governos soberanos", conforme indicado na apresentação da empresa. A Yorktown Solutions tem sido muito ativa no apoio e representação dos interesses do governo ucraniano. Segundo o jornal Politico, Vajdich disse: "Estou muito orgulhoso de tudo o que fizemos para ganhar a reprovação do Kremlin".

Analista político americano, ex-consultor do secretário de Estado dos EUA e especialista em Rússia, Paul Goble não escapou da proibição imposta pelo Kremlin. Em várias ocasiões, ele destacou os erros estratégicos cometidos por Putin nas páginas de seu blog e em vários dos jornais mais importantes dos Estados Unidos.

Lourenço Gonçalves é presidente e CEO da Cleveland-Cliffs Inc., uma empresa de mineração e recursos naturais especializada em siderurgia. Em abril de 2022, durante uma coletiva de imprensa sobre a lei de infraestrutura realizada em Chicago, ele declarou: “Não precisamos de ferro fundido da Rússia e estamos orgulhosos disso”, conforme relatado pelo Chicago Tribune.

Donet Dominic Graves, Jr. é o atual vice-secretário de Comércio da Administração Biden. Sempre muito duro em sua oposição à guerra na Ucrânia, no Twitter, em abril de 2022, ele escreveu: “As imagens vindas da Ucrânia demonstram a barbárie, a brutalidade e o desprezo flagrante de Putin pela vida humana”.

Em sua biografia oficial no site National Endowment for Democracy, Ryota Jonen é apresentado como o líder de "uma rede global de ativistas da democracia, defensores dos direitos humanos e praticantes". Ele não agrada às autoridades de Moscou por seu trabalho como diretor do Movimento Mundial pela Democracia.

Sempre duro em sua condenação à guerra na Ucrânia e fortemente crítico de Vladimir Putin, o ex-astronauta norte-americano, hoje senador do Partido Democrata no Arizona, Mark Edward Kelly, é outra das personalidades sancionadas pela Rússia.

Thea D. Rozman Kendler, vice-secretária do Escritório de Administração de Exportação para a Indústria e Segurança, é definida no site do Departamento de Comércio dos EUA como "a mulher por trás de controles rígidos sobre as exportações dos EUA para a Rússia".

Analista regional da Eurásia no CRSS da Universidade do Corpo de Fuzileiros Navais de Quantico e fundadora da consultoria Central Asian Insights, Victoria Clement aparece em 11º lugar na lista publicada pelo Ministério das Relações Exteriores da Rússia.

Foto: Screenshot Youtube_Global Journalist: eleição silenciosa do Turcomenistão_

Outro político que acabou na lista dos indesejados na Rússia é Kevin John Cramer, senador pela Dakota do Norte e membro do Partido Republicano. Após o ataque russo à Ucrânia, ele declarou: "Precisávamos de sanções meses atrás, para evitar exatamente esse tipo de ação. Agora que Putin tomou essas medidas, devemos implementá-las imediatamente".

Em um artigo na revista Jurist, o advogado David Michael Craine chamou Putin de "tirano e governante absoluto da Rússia" e o acusou de "usar as mesmas táticas contra a Ucrânia que outro tirano usou na Europa há mais de sete décadas".

Foto: Scott Davis, domínio público, via Wikimedia Commons

Jeremy Pelter atua como Secretário de Estado Adjunto para Indústria e Segurança no Governo dos Estados Unidos.

Foto: Departamento de Comércio dos EUA

Tom Perriello é diretor executivo da Open Society Foundation, fundada por George Soros, empresário húngaro que sempre foi um crítico ferrenho de Putin (e dos regimes totalitários).

Gina Raimondo é a atual Secretária de Comércio do governo Biden. As sanções relacionadas a componentes tecnológicos, como microchips, que ela apoiou, tiveram sérias consequências em Moscou, de acordo com os resultados de uma investigação do jornal Politico.

Marion Michael Rounds foi governador de Dakota do Sul de 2003 a 2011 e, atualmente, é senador do mesmo Estado nas fileiras do Partido Republicano. Recentemente, apresentou um projeto de lei que proíbe potências estrangeiras de comprar terras agrícolas dos EUA.

John Serafini é o CEO da HawkEye 360, uma empresa que lida com a coleta, mapeamento e análise de frequências de rádio espaciais. Liderou o lançamento, juntamente com a National Security Space Association (NSSA), de uma iniciativa para enviar ajuda humanitária à Ucrânia, em abril de 2022.

"Apoio o aumento das sanções agressivas e exorto a NATO e outros países democráticos e pacíficos a juntarem-se numa acção rápida e decisiva contra a agressão da Rússia". Esta foi a posição da senadora democrata pelo Arizona, Kyrsten Sinema, desde o início da guerra.

O senador republicano da Flórida mostrou ser, várias vezes, contra Putin e a favor do fortalecimento das sanções contra o ex-país soviético. “Devemos continuar a tomar todas as medidas para tornar essa invasão ilegal e injustificável o mais economicamente dolorosa possível para Putin e seus capangas na Rússia e na Bielorrússia”, escreveu ele em um tweet, em março de 2022.

S. Frederick Starr é o presidente do Instituto Ásia Central-Cáucaso, além de autor de inúmeras publicações sobre a Rússia e a Eurásia e membro do círculo de analistas políticos ocidentais que o Kremlin considera "falsificadores" da realidade.

FOTOS: Captura de tela do Youtube: Stephen Frederick Starr

Pat Toomey, atual senador pelo Estado da Pensilvânia, tem se manifestado repetidamente contra a Rússia. "O povo americano apoia a Ucrânia e devemos ajudá-los enquanto lutam heroicamente por suas vidas", escreveu ele no Twitter em 16 de março de 2022.

W. Anthony Will, presidente e CEO da CF Industries Holdings, Inc., empresa que atua no setor de fertilizantes químicos.

FOTOS: Captura de tela do Youtube: CNBC

Desde os primeiros momentos da guerra, o ator declarou sua solidariedade ao povo ucraniano. Ele, inclusive, visitou o país para filmar um documentário mostrando ao mundo a destruição e devastação causadas pela guerra. Voltou uma segunda vez e encontrou-se com o presidente Zelensky.

Assim como Sean Penn, Ben Stiller também viajou a Kiev, como parte de sua visita à região por ocasião do Dia Mundial do Refugiado. "Você é meu herói", disse o ator ao presidente ucraniano. O Kremlin não gostou.