A dramática história de vida de Manoel Carlos

Teledramaturgia
Família grande
Drama
Perdas
Viuvez
Ricardo Almeida
Superação
AZT
Manoel Carlos Júnior
Visceral
Noite sem fim
Disco voador
Pedro
Luto
A aposentadoria
Conversa com Bial
Orgulho
Teledramaturgia

Manoel Carlos é um dos dramaturgos mais excepcionais do Brasil. Autor de novelas inesquecíveis como ‘Laços de Família’ (2000), ‘Mulheres Apaixonadas’ (2003), ‘Página da Vida’ (2006), entre outras, é especialista em compor personagens, traçar seus dramas e levar o público às lágrimas.

Família grande

Assim como Tide, interpretado por Tarcísio Meira, em ‘Páginas da Vida’, Maneco, como é carinhosamente conhecido, também é adepto de uma grande família, sendo pai de 5 filhos.

(Foto: Reprodução / Instagram)

Drama

Infelizmente, destes cinco herdeiros, ele perdeu três, em épocas e situações diferentes, além de ter ficado viúvo, aos 38 anos, de sua primeira esposa. Mas Manoel Carlos voltou a encontrar o amor. Atualmente, compartilha seus dias com sua terceira esposa e com as filhas, a roteirista Maria Carolina e a atriz Júlia Almeida (foto).

(Foto: Reprodução / Instagram)

Perdas

Em 2014, ano em que, posteriormente, viria a falecer o seu terceiro filho, Pedro, ele falou ao R7 sobre a sensação de suas perdas: "Para você se julgar feliz, é preciso fazer uma certa contabilidade. Perdi dois filhos. Um em 1988, com 32 anos e outro com 58.”

(Foto: TV Globo / Estevam Avellar)

Viuvez

E completou: “Perdi a minha primeira m u l h e r, mãe dos dois, com 37 anos, então fiquei viúvo aos 38. A morte de um filho é uma punhalada da qual você nunca se recupera. Mas também tive coisas felizes na minha vida, como quando nasceu um filho que eu nem esperava, o Pedro. Ter saúde é bom.”

(Foto: Reprodução / Gshow)

Ricardo Almeida

Ricardo de Almeida seguiu os passos do pai, Manoel Carlos, tornando-se ator e dramaturgo. Ele morreu aos 32 anos, vítima de complicações do HIV.

(Foto: Acervo Pessoal)

Superação

Com relação à morte de Ricardo de Almeida, Manoel Carlos disse à revista Quem: “Você resolve que tem que continuar vivendo, trabalhando. (...) Talvez um dia eu também entre num beco em que não encontre a saída. Mas é mais uma limitação humana do que propriamente da conjuntura das coisas. Porque problema todo mundo tem.”

(Foto: TV Globo / Ellen Soares)

AZT

Em outra entrevista, no caso à Veja, Manoel explicou o que aconteceu: “A morte do Ricardo, o primeiro filho que perdi, foi uma infelicidade para a qual eu pude me preparar, pois ele contraiu o vírus HIV nos anos 80, quando só havia um remédio para a aids, o AZT. Se fosse hoje, com os novos coquetéis de drogas, ele estaria vivo. Mas se tratava, enfim, de uma tragédia anunciada.”

Manoel Carlos Júnior

Até que, em 2012, Manoel Carlos foi obrigado a se despedir de outro filho, seu primogênito, Júnior, que, aos 58 anos, não resistiu a um ataque cardíaco fulminante.

(Foto: Acervo pessoal)

Visceral

Em entrevista, concedida ao R7, pouco tempo depois dessa perda, o novelista falou: “ Às vezes, acho que não caiu a ficha, sinto vontade de telefonar para o meu filho mais velho. É visceral, físico. Até hoje não consegui apagar o celular dele do meu telefone.”

(Foto: Reprodução / Instagram)

Noite sem fim

E desabafou: “É uma noite sem fim. Mesmo que não fique obcecado por isso, mesmo que eu não morra por isso, mesmo que eu não adoeça por isso. É algo permanente.”

(Foto: TV Globo / Ellen Soares)

Disco voador

“A morte de meu filho Maneco num ataque fulminante do coração foi algo absolutamente imprevisto. Foi como se eu abrisse a porta do quintal e, do nada, visse um disco voador aterrissado ali. Da perda desse filho, não me recuperei até hoje. O que poderia ser mais grave? A terceira guerra mundial não seria nada perto do que estou vivendo.”

(Foto: Divulgação / TV Globo / Felipe Monteiro)

Pedro

O tempo não aliviou as dores do escritor. Dois anos após a perda do segundo filho, o seu caçula, Pedro, sofreu um mal súbito e morreu em Nova York, cidade onde estudava teatro.

(Foto: Reprodução / Instagram)

Luto

No mesmo ano da morte de Pedro (2014), Manoel Carlos, como uma forma de ajudar o seu processo de luto, optou por voltar sua atenção para o trabalho. Assim, escreveu a novela ‘Em Família’.

(Foto: Reprodução / Twitter)

A aposentadoria

A novela não agradou muito o público que não se envolveu na história proposta. Após o seu término, o novelista anunciou a sua aposentadoria.

(Foto: Divulgação / TV Globo)

Conversa com Bial

Em uma de suas mais recentes entrevistas, no ‘Conversa com Bial’, em 2020, Maneco falou sobre o assunto: “Não há o que fazer, não há remédio para o luto. Dizem que o tempo apaga tudo, mas eu não quero esquecer, não quero apagar tudo. Cada morte foi uma apunhalada e não deu para disfarçar. Parei de escrever".

(Foto: Reprodução / Gshow)

Orgulho

E ainda sobre os seus filhos, ele finalizou: "Nesse momento, posso dizer que meus filhos mortos me dão grande orgulho, como deram vivos".

(Foto: Reprodução / Gshow)