A prisão venezuelana com piscina, boate e administrada por presidiários
A Venezuela é um país de gente bonita e alegre, rico em beleza natural, com praias paradisíacas e a cachoeira mais alta do mundo. Mas, por trás disso, criminosos têm, cada vez mais, dominado os espaços.
De acordo com o The New York Times, a Fox Business e a Reuters, a situação democrática da Venezuela afeta até um lugar onde o Estado deveria ter a vantagem absoluta: a prisão.
Um exemplo disto é o Centro Penitenciário de Tocoron, dirigido por uma gangue chamada 'El Tren de Aragua', em homenagem à região onde está localizado.
A prisão foi construída no início dos anos 1980, com capacidade para acomodar 750 presidiários. No entanto, em 2016, reunia mais de 7 mil presos.
Foto: Matthew Ansley/Unsplash
Então, o governo venezuelano decidiu retomar o controle da prisão. Foram necessários, aproximadamente, 11 mil seguranças para entrar na penitenciária.
O que as autoridades encontraram quando entraram na prisão de Tocoron é absolumente impressionante.
Foto: Runrun.es via BBC
Sim, um zoológico com onças, flamingos e outros animais exóticos.
Foto: Zuoqi Liu/Unsplash
Uma piscina para recreação também está entre as construções do recinto. Como a Venezuela tem um clima tropical, o complexo aquático ficava disponível aos detentos durante quase todo o ano.
Foto: @AlertaMundial2 / Twitter
Os reclusos tinham acesso a restaurantes com esplanadas, para desfrutar das refeições ao ar livre.
Dentro da prisão, existiam pequenos bairros, onde pessoas de fora da prisão, como familiares, podiam conviver com os presidiários.
Com uma superfície de 116 hectares, os presos tinham acesso a uma concessionária de motocicletas, podendo, assim, adquirir um meio de transporte para circular livremente.
Como as famílias conviviam na penitenciária, foi instalado um parque infantil para as crianças.
Foto: @AlertaMundial2/Twitter
Para os mais velhos, foi criado um parque de tecnologia financeira. Alguns dos presos eram verdadeiros empreendedores de criptomoedas e possuíam computadores para fazer mineração de Bitcoin.
A segurança estava no topo de prioridades da prisão. O curioso é que, neste caso, as armas estavam nas mãos dos prisioneiros e não das autoridades.
No estilo de um bom filme de aventura hollywoodiano, os prisioneiros tinham acesso a um túnel de cerca de 5 quilômetros, que os levava ao mundo exterior.
Ao contrário do que ocorre normalmente, os prisioneiros de Tocoron iam e voltavam livremente. Eles tomavam café, faziam compras ou visitavam a praia.
Imagem: Polícia Nacional da Venezuela
Como se não bastasse, havia até uma boate dentro do presídio, que contava com a presença de DJs internacionais e as mais avançadas instalações de iluminação e som.
Foto: Runrun.es
Para poder consumir nos diversos restaurantes, lojas, boate e concessionária de motocicletas, a prisão de Torocon oferecia caixas eletrônicos a seus detentos.
Foto: Eduardo Soares/Unsplash
O beisebol é um dos esportes favoritos dos venezuelanos. Então, o Centro Penitenciário Tocoron tinha seu próprio estádio. Segundo o El Nacional, o campo estava totalmente equipado e em melhores condições do que muitos dos estádios venezuelanos “do lado de fora”.
Foto: @AlertaMundial2/Twitter
De acordo com 2001online, alguns presidiários contaram que havia centros de jogos, lojas de bebidas e açougues, embora a informação não tenha sido comprovada.
Foto: Runrun.es
Um indivíduo que preferiu permanecer anônimo disse ao Runruns.es que havia uma espécie de banco na prisão, administrado por chefes de gangues. Isto para que a população pudesse pagar o que eles chamam de 'La Causa'.
Foto: Eduardo Soares/Unsplash
'La Causa' é a quantia de dinheiro que os prisioneiros pagavam para ficarem protegidos de perigos. A administração do dinheiro e dos assuntos penitenciários estava nas mãos da gangue 'Tren de Aragua'.
Os presidiários também podiam usar o banco para comprar "benefícios", como colchões, ou obter celas com mais privacidade.
Imagem: 'Prison Break' / FOX, Getty
Hector Rusthenford Guerrero Flores, também conhecido como 'El Niño Guerrero', era o chefe da gangue Aragua. O sindicato é tão extenso, que chega até mesmo a outros países da América do Sul, como Bolívia, Colômbia, Brasil, Equador, Chile e Peru.
Imagem: foto divulgada pelas autoridades venezuelanas
Segundo o jornal El Nacional, El Niño Guerrero faturou cerca de 3 milhões de dólares por ano, enquanto esteve na Penitenciária de Tocoron.
Atualmente, o jovem está foragido, pois perdeu a liderança da gangue 'Tren de Aragua'.
Foto: @MijpVzla / Twitter