As lições de Linn da Quebrada no BBB22
Com ela não tem disse me disse ou mal entendidos. Desde sua entrada na casa do BBB, Lina Pereira dos Santos, mais conhecida como Linn da Quebrada, tem sido exemplo de respeito e empatia.
Linn é a primeira representante trans a avançar na segunda semana do famoso reality show, exibido na TV Globo. Antes dela, o programa contou com a participação da sister Ariadna Arantes, que foi a primeira eliminada da edição 11, exibida em 2011.
Linn nasceu em São Paulo (SP), no dia 18 de julho de 1990. Seu primeiro sucesso na música veio em 2016, com a composição própria 'E n v i a d e s c e r', divulgada no Youtube. Depois disso, já lançou dois álbuns: Pajubá (2017) e Trava Línguas (2021).
Também trabalhou como atriz em produções para o cinema e para a TV. Interpretou Natasha na série 'Segunda Chamada' (foto), em 2019, e, na telona, apareceu nos filmes 'Corpo Elétrico' (2017) e 'Sequestro Relâmpago' (2018). Contou sua história no documentário 'B i x a T r a v e s t y', dirigido e escrito por Claudia Priscilla e Kiko Goifman.
No dia em que entrou na casa do BBB, Linn usou uma camiseta com a famosa imagem da escrava Anastácia, entretanto, sem a máscara de ferro existente na original. Isso mesmo, de cara, ela demonstrou que prima pela liberdade e que é um símbolo de resistência!
Como todo Big Brother Brasil, polêmicas foram instaladas na casa. Alguns brothers ainda trocavam o pronome adequado para usar com Linn, causando desconforto.
No programa do domingo 23, o apresentador Tadeu Schmidt, de forma muito educada e didática, pediu que Linn explicasse o porquê que ela tinha uma tatuagem escrita ‘ela’ em cima da sobrancelha.
Pega de surpresa, a atriz e cantora explicou que foi uma forma da mãe dela nunca mais errar seu pronome.
“Eu fiz essa tatuagem, na verdade, por causa da minha mãe, porque no começo da minha transição, minha mãe ainda errava e me tratava no pronome masculino. Eu falei: 'Mãe, eu vou tatuar 'ela' na minha testa, pra ver se a senhora não erra'”, contou.
Na sequência, Linn ainda alertou: “ E acho que assim também é uma indicação para as outras pessoas. Então, ficou na dúvida, lê e vocês lembram como eu quero ser tratada.”
Na ocasião, o apresentador reforçou: “Muito importante você ensinar para os moradores da casa e para o Brasil para não haver mais erros”.
O assunto veio à tona, depois de que algumas pessoas da casa não usarem o pronome adequado (o feminino), mesmo recebendo a devida orientação.
Dentre os episódios acontecidos está o torpedo (anônimo, no primeiro momento) que a médica, Laís, enviou para Linn perguntando se ela estava "solteiro". Linn não reagiu à mensagem, exibida no telão central para todos os concorrentes.
Mas, após o jogo da discórdia, Linn desabafou: "O primeiro dia foi quando eu fiquei mais inquieta e triste. Eu vi: 'tá solteiro' e achei que fosse pra mim. Não falei nada e não comentei nada com ninguém. No segundo dia o torpedo voltou, então eu pensei: 'acho que essa pessoa tá falando como falei'".
Quem também escorregou algumas vezes na maneira de como tratar Linn, foi Eslovênia. Desta vez, a cantora não se fez de rogada e deu a real, “amiga, agora não dá mais pra errar”.
Em seguida, ela ainda enfatizou:"Eu não sou só esse pronome. Eu não quero ser só esse pronome. Eu não quero ser só esse assunto, eu também quero falar sobre outras coisas".
“Eu sou t r a v e s t i, mas também sou preta. Sou preta, mas também sou cantora. Sou cantora, mas também sou filha. Sou filha, mas também tenho uma cachorra. Eu tenho uma cachorra, mas também tenho uma parceira. Eu tenho uma parceira, mas também estou no BBB”, completou Linn.
A Arthur Aguiar, Linn desabafou sobre a sensação que tem sobre a sinceridade de alguns participantes do jogo.
“Pode soar estranho, mas eu tenho visto algumas coisas, visto algumas pessoas que eu fico: 'Nossa, parece uma cena'. Não sei. Algumas pessoas não me convencem", disse.