Os segredos da vida com Hugh Hefner, dono da Playboy, contados por coelhinhas
O fundador da revista P l a y b o y, Hugh Hefner, era uma figura que exercia um grande poder sobre as mulheres que frequentavam sua casa. Em 2017, sua viúva Crystal Hefner (à direita dele, na foto), fez revelações chocantes sobre aqueles tempos. Veja na galeria!
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Em 2008, Crystal enviou sua foto para Hugh Hefner e ele a convidou para uma de suas festas. Pouco depois, a jovem abandonou os estudos de psicologia e mudou-se para a mansão, para substituir a ex-namorada de Hefner, Holly Madison. Crystal diz em seu livro: “Depois que você entrava, era muito difícil encontrar uma saída”.
Crystal veio de um lar humilde. Seu pai morreu quando ela tinha 12 anos, deixando ela e sua mãe em uma situação muito precária. Ao chegar na mansão, ela emocionou-se: "Era tipo... Willy Wonka. Porque eu venho de um mundo onde não tinha muita coisa."
“Quando me mudei para a mansão vi acesso e poder... e achei incrível", disse Crystal ao The Guardian. "Mas então as paredes começaram a se erguer na minha frente. Acho que mulheres vulneráveis gravitam em torno de algo assim. Ainda não entendo por quê. Vou voltar para a escola para estudar mais psicologia."
Crystal revelou ao The Guardian que ela estava em constante luta, tanto mental quanto financeiramente. “É muito difícil para mim ver isso. Hugh Hefner não era necessariamente uma pessoa agressiva, mas acho que ele escolheu mulheres que eram vulneráveis e facilmente manipuladas”.
Crystal tinha apenas 21 anos, quando chegou à Bunny Mansion. "Eu realmente sofri uma lavagem cerebral. Como foi que tudo correu bem? Estive no meio disso por uma década e ainda estou tentando descobrir. Como ele escapou?", disse na mesma entrevista.
Sondra, namorada de Hefner na década de 1970, explicou, no documentário 'Secrets of P l a y b o y' como ele controlava as "c o e l h i n h a s", forma que chamava as mulheres sob sua influência. "Ele preparou-me e fez-me pensar que sua forma de agir era normal. Apresentou-me às drogas. Eu nunca tinha bebido ou usado drogas antes de entrar para a mansão e eu era menor de idade", foram suas palavras.
No mesmo documentário, a ex-assistente de Hefner, Lisa Loving Barrett, falou sobre o a b u s o de substâncias ilegais como parte de seu trabalho. Ela era encarregada de obter todas as receitas de sedativos, que descreve como “um mal necessário, por assim dizer, para a festa”.
Foto: A&E / Secrets of P l a y b o y
As mulheres não tinham permissão para trabalhar. Recebiam uma mesada semanal de Hugh Hefner e dinheiro para gasolina. Tinham que esperar em uma fila para isso. Crystal lembra que Hefner gostava de fazê-las esperar, então ele contava cada nota antes de entregá-las.
Izabella St James, outra ex-c o e l h i n h a ressalta em sua autobiografia 'Bunny Tales' que elas poderiam perder a mesada se v i o l a s s e m alguma das regras. “A coisa mais rigorosa de todas foi o toque de recolher. Todo mundo tinha que estar no terreno da Manor às 21h, todas as noites, a menos que estivéssemos com Hef em um clube ou evento", contou.
Crystal escreveu em seu livro que havia pequenos buracos nas paredes da casa, assim como no quarto de Hefner: "Havia uns painéis de madeira entalhada. E um dos painéis da direita tinha um recorte circular". Quando questionado sobre eles, Hugh Hefner disse que costumava filmar muito e que tinha horas de vídeo e centenas de fitas (quentes).
Os vídeos incluíam “celebridades, políticos e líderes empresariais, alguns dos quais eram casados”, revela Crystal. Quando ela perguntou a Hugh se as pessoas sabiam que haviam sido filmadas, ele encolheu os ombros e disse: "É meu quarto. Minha casa".
Hugh Hefner sempre carregava uma câmera descartável para poder tirar fotos quando quisesse. “Essas câmaras estavam cheias das imagens mais incriminatórias”, escreveu Crystal. Os funcionários da mansão tiveram acesso a todo esse material, acrescentou. “Não acho que ele realmente se importasse com a privacidade das pessoas.”
Crystal descreve também a ida ao quarto de Hefner no final da noite. "Fiz coisas com as quais não me sentia confortável. Não me sentia fisicamente atraída por um homem de 80 anos. Só estava tentando agradá-lo. E as outras garotas? Ninguém gostava uma da outra. Mas só de estar lá para Hef."
Jill Ann Spaulding, aspirante a modelo, que pediu para ser convidada para ir à mansão, explica em seu livro ‘Hefnerland’ que as meninas tinham que tomar banho antes de dormir com o magnata. “Eu entrei, então outra garota apareceu do nada e veio comigo. Então Hef dobrou a esquina e tirou uma foto nossa [sem roupas] juntas, no banheiro, antes de desaparecer.”
Spaulding explica que existia um sistema de comunicação peculiar: “Se você vestia a calça do pijama, era sinal de que não queria ter contato naquela noite”. Na primeira noite, ela não se sentiu confortável e foi o que fez. Além do mais, Hefner nunca usou proteção, o que a deixava muito inquieta.
Por que Crystal Hefner casou-se com um homem 60 anos mais velho que ela? “Ele simplesmente me entregou [o anel] em uma caixa e disse que esperava que servisse. Não me deu a opção de dizer não”, contou a jovem. Sem surpresa, ela também assinou um acordo pré-nupcial.
Um reality show chamado 'The Girls Next Door' acompanhou a vida de Hefner com suas três esposas mais importantes, Kristina, Karissa e Crystal. Crystal não recebeu nada dos US$ 400 mil que a produtora de Hefner ganhou. O episódio especial de seu casamento com Hugh gerou US$ 800.000. Quando Crystal pediu uma parte dos lucros, Hefner recusou.
Pouco depois do casamento, Crystal tentou escapar. "Percebi que não tinha liberdade. Tudo se baseava na agenda de Hef e eu nunca tive uma palavra a dizer. O que é o oposto do que a P l a y b o y supostamente representava", disse ele ao The Guardian. Depois de várias tentativas, Crystal conseguiu fugir, dizendo aos seguranças que precisava comprar alguns absorventes. Ela ficou longe da mansão por um ano.
Holly Madison também falou sobre a falta de liberdade, em seu livro ‘Down the Rabbit Hole’. "Todo mundo pensa que aquela i n f a m e porta de metal foi feita para manter as pessoas do lado de fora. Mas passei a sentir que ela foi feita para me manter dentro."
Hugh Hefner gostava de dividir a cama com muitas pessoas ao mesmo tempo. “Embora tenha sido desagradável, foi melhor que a alternativa”, diz Crystal em seu livro. "As poucas vezes que ele tentou ser romântico ou íntimo comigo, só comigo, foi simplesmente estranho. Ficou claro que ele não tinha ideia de como fazer isso."
Madison foi muito direta sobre suas experiências no quarto de Hefner. No podcast de Bridget Marquardt, ela disse: "Foi um i n f e r n o. Achamos que era uma tarefa que tínhamos que fazer ou seríamos expulsas de casa. E todas queriam que terminasse o mais rápido possível."
No documentário ‘Secrets’, Madison admite ter cedido diversas vezes à pressão da situação: “Cheguei a um ponto em que cedi à pressão e senti que precisava ser exatamente igual a todo mundo.”
Holly explicou ao New York Post que, um dia, decidiu cortar o cabelo para aumentar sua confiança. Hugh Hefner não gostou nada disso. "Voltei com cabelo curto e ele enlouqueceu. Ele gritou comigo e disse que isso me fazia parecer velha, durona e mesquinha", contou.
Crystal escreveu que, se ganhasse alguns quilos a mais, Hefner, imediatamente, reclamava. E quando a cor natural de seu cabelo castanho começava a aparecer, ele dizia para ela ficar mais loira.
Enquanto isso, a casa em si não estava muito bem conservada. Como escreve Izabella St James em sua autobiografia, os quartos eram decorados como se alguém tivesse ido a uma loja de caridade e comprado o básico.
"Os colchões de nossas camas eram n o j e n t o s: velhos, desgastados e manchados... Hef estava acostumado com tapetes sujos. O de seu quarto não era trocado há anos", acrescentou.
Na foto, Hugh Hefner em 1966.
Em 2011, depois de mais de 100 pessoas terem adoecido com febre, dor de cabeça, tosse, falta de ar e dores, os inspetores de saúde encontraram vestígios da bactéria Legionella na banheira de hidromassagem da mansão, conforme noticiou o The Guardian.
Crystal relatou também que Hugh tinha dois passarinhos em uma gaiola, no canto de seu quarto. Muitas vezes caíam mortos e a equipe, simplesmente, os substituía na manhã seguinte, sem verificar por que os pássaros morriam com tanta frequência.
Foto: Isaac Benhesed/Unsplash
Crystal verificou a gaiola e percebeu que os pássaros morriam de sede e, simplesmente, eram substituídos pelos empregados de Hugh.