Charlene de Mônaco: de volta à vida pública após acordo financeiro?
Recentemente, a princesa Charlene de Mônaco compareceu com o príncipe Albert II e os filhos, Jacques e Gabriella, à 10ª edição do Torneio Sainte Dévote de Rugby, no estádio Louis II. Ela parecia calma e serena.
É a segunda vez que ela aparece publicamente, desde seu retorno ao Palácio, em março de 2022. A primeira foi no dia 30 de abril, no E-Prix de Mônaco. Charlene estava ausente dos atos Reais desde fevereiro de 2021.
Poucos dias antes da princesa comparecer ao torneio de rugby, a revista Voici revelou a existência de um acordo assinado entre Charlene e Albert, em que este pagaria à princesa a quantia de 12 milhões de euros por ano, para ela continuar com seus compromissos no principado.
Já para a revista Page Six, uma fonte próxima de Charlene disse que esta quantia era para ajudar os projetos filantrópicos da princesa. “Ela tem um acordo pré-nupcial generoso, mas Albert não a paga para ficar com ele. (...) Depois de tanto tempo afastada por causa de sua doença, Charlene está feliz por voltar com sua família. Albert a apoia totalmente" teria sido sua fala.
Depois de vários meses em uma clínica na Suíça, Charlene retornou à Mônaco. Um comunicado de imprensa oficial, publicado em 12 de março de 2022, indicava: “Com o consentimento dos médicos, já a recuperação da princesa Charlene está no caminho certo, suas Altezas Sereníssimas concordaram em que ela agora pode continuar sua convalescença no Principado, com seu marido e seus filhos."
Em outubro de 2021, a princesa Charlene de Mônaco viajou para a África do Sul, seu país de origem, para participar de atividades relacionadas à proteção da savana e à luta contra a caça furtiva de certas espécies. Mas assim que ela chegou lá, foi vítima de várias infecções otorrinolaringológicas.
Essas infecções exigiram várias cirurgias, e os médicos recomendaram que Charlene permanecesse na África do Sul para acelerar sua recuperação. Ela finalmente retornou a Mônaco em novembro de 2021. Mas, poucos dias depois, foi internada em uma clínica especializada na Suíça.
Essa ausência da vida pública causou muitos rumores. Operação estética? Problemas no casamento? O príncipe Albert de Mônaco disse à revista People que Charlene estava sofrendo de "profunda exaustão, tanto emocional quanto física".
O Palácio quis manter em segredo o local de descanso da princesa, mas a revista alemã Bild revelou tratar-se da Paracelsus Recovery, uma clínica de tratamento de problemas relacionados à saúde mental, que cobra 95 mil euros por semana. De fato, recebe apenas 20 pacientes ao ano, com o objetivo de tratá-los com a maior discrição possível.
Sua ausência no Grande Prêmio de Mônaco, em maio de 2021, foi muito comentada. Na época, a imprensa já falava de problemas entre o casal real. O príncipe Albert explicou que Charlene havia ido à África do Sul para trabalhar, mas que infecções otorrinolaringológicas a impediram de retornar.
Segundo a revista Voice, os problemas de saúde foram apenas uma desculpa para ela não voltar à casa. Charlene estaria, na verdade, cansada das infidelidades do marido.
O príncipe Albert já é pai de dois filhos fora do casamento e poderia muito bem acrescentar um terceiro: uma menina de 15 anos de mãe brasileira. Mesmo que a filiação ainda não tenha sido comprovada, a informação teria sido demais para a princesa.
No dia 23 de junho de 2010, o príncipe Albert de Mônaco anunciou seu compromisso com a jovem Charlene Lynette Wittstock, com quem já namorava há anos. Começava assim a história da "princesa triste", forma como a ex-nadadora passou a ser chamada pela imprensa internacional por nunca aparecer sorrindo nos lugares.
Charlene teve uma infância feliz e dedicada ao mundo do esporte. Competiu desde muito jovem em campeonatos profissionais de natação e, segundo alguns biógrafos, a rigidez na sua formação influenciou na personalidade da que é, hoje, princesa de Mônaco.
Em um evento de Natal em 2020, ela apareceu com a cabeça meio raspada. Um look ousado, que tanto destoa da imagem clássica que temos dela.
Segundo o Daily Mail, o corte de cabelo foi um sinal de que a princesa pode se sentir à vontade para exibir seu próprio estilo sem pedir permissão ao palácio.
Além de Charlene não ter sido uma pessoa muito sociável no seu passado (seu treinador foi seu melhor amigo durante anos), sua acolhida por parte dos Grimaldi não foi das mais efusivas.
De acordo com a revista Vanity Fair, as "más relações com o marido" e as "supostas infidelidades" dele fazem com que Charlene "asfixie" o pequeno país do qual é princesa.
O príncipe Albert sempre teve uma vida amorosa muito ativa. Antes de conhecer Charlene, teve uma filha com uma de suas namoradas do passado. A criança permaneceu "escondida" por algum tempo. Hoje, ela é conhecida e vista em público com Albert. O nome dela é Jazmin Grace Grimaldi (foto).
Além das falhas de Albert, a "princesa triste" tem que enfrentar os julgamentos, às vezes, cruéis dos monegascos. A Vanity Fair citou o site The Daily Beast que se referiu à Charlene como uma princesa não muito querida no Principado de Mônaco. A publicação sugeriu que seus habitantes não se conformam com o fato dela ser filha de um programador e de uma professora de natação de classe média.
"Desde que cheguei a Mônaco, fiz pouquíssimos amigos", disse Charlene à revista Tatler. Pelo que parece, Mônaco não acolheu com bons olhos a ex-nadadora sul-africana que pouco ou nada tinha a ver com o glamour dos Grimaldi.
A Vanity Fair também chamou a atenção para o fato das irmãs de Albert não estarem entre os amigos de Charlene: "A princesa recorre a seu irmão Gareth e a sua cunhada Roisin que, instalados em Montecarlo, formam um tipo de corte paralela no Palácio e ajudam Charlene a enfrentar as pressões".
"Não é um segredo que Caroline de Mônaco e sua cunhada Charlene não se suportam" revelou El País. "Elas não escondem isso", acrescenta a publicação. "Podemos contar com os dedos de uma mão as vezes que as duas foram vistas juntas em público. Se uma for a um ato oficial, a outra encontra um pretexto para não ir", garante o jornal.
Inclusive no casamento de Pierre Casiraghi com Beatrice Borromeo, Charlene e Caroline não se encontraram. "Carolina é um poder na sombra sobre a família e o Principado", explica o jornal espanhol em um artigo.
Por outro lado, a maioria dos meios de comunicação coincide em que os filhos do casal, Jacques e Gabriella, são o que fazem a princesa respirar feliz em um país que, muitas vezes, causa-lhe angústia.
Os gêmeos conseguiram que, finalmente, sua mãe voltasse a sorrir em público. De acordo com a Lei Sálica de Mônaco, Jacques é o primeiro na linha de sucessão ao trono e Gabriela a segunda, apesar de ter nascido minutos antes.
"Tenho sorte e dou graças a Deus todos os dias por ter um marido feliz e dois filhos saudáveis", disse Charlene de Mônaco à revista Paris Match.
Ainda que os filhos arranquem seu lado mais positivo, a princesa revelou à revista francesa Point de Vue que a maternidade, às vezes, não é fácil.
"Há manhãs nas quais eles dormem mais que o normal e outras que se acordam cedo demais", explicou Charlene à publicação.
"É verdade que as crianças estão cheias de vida, mas chega um ponto em que penso que elas, talvez, tenham energia demais para suas idades", completou a princesa.
Outra alternativa que a princesa de Mônaco encontra para fugir do dia a dia é a religião. Segundo a Vanity Fair, é o lugar onde ela encontra a paz que lhe falta.
"Charlene muda, relaxa o semblante ao cumprimentar as freiras ou sentar-se ao lado do Papa. Passa longas horas conversando com o padre Bill, seu amigo e guia espiritual, e muita gente se impressiona com sua devoção", relata Vanity Fair.
Apesar dos rumores de que Charlene tentou fugir horas antes do casamento com Albert de Mônaco, em 2011, a cerimônia foi realizada e a princesa permanece no cargo até hoje.
Com o passar do tempo, vimos Charlene sorrir um pouco mais, entretanto, a melancolia continua sendo um sinal de sua identidade.