Dark Tourism: lugares com passado trágico mais visitados

A maioria das pessoas associa uma viagem turística a lindas paisagens naturais ou cidades icônicas do mundo. Mas há quem prefira fugir do óbvio. A prova disto é a crescente procura pelo Turismo Sombrio (Dark Tourism, expressão em inglês).

Trata-se de um rótulo dado a viagens turísticas que envolvem locais onde ocorreram eventos obscuros da história humana.

Geralmente, quem quer explorar o Dark Tourism procura regiões que foram cenários de grandes tragédias, como desastres naturais, atrocidades, guerras e genocídios.

Entre estes lugares estão cemitérios, museus de guerra, prisões de segurança máxima e cidades dizimadas por bombas e explosões.

O campo de concentração de Auschwitz representa os horrores do Holocausto como nenhum outro. Foi o maior e mais mortal local de extermínio nazista, durante a Segunda Guerra Mundial, onde foram executadas mais de 1,5 milhão de pessoas, entre 1940 e 1945.

Localizado no sudeste da Polônia, Auschwitz foi transformado em um memorial, após o fim da guerra. Segundo a direção do museu, o local recebeu 2,3 milhões de visitantes em 2019, a maior cifra até então.

O museu mostra algumas obras de arte feitas pelos prisioneiros, além de objetos que pertenciam a eles, que retratam a triste realidade vivida nos campos de concentração.

Em 26 de abril de 1986, Chernobyl foi vítima do maior acidente nuclear da história. Durante um teste de segurança na usina, um reator explodiu, liberando 200 toneladas de material radioativo na atmosfera.

O acidente causou muitas mortes imediatas, mas o número total de vítimas continua a ser uma questão controversa, já que é difícil relacionar a contaminação do ambiente com mortes que ocorreram anos depois.

A pacata região, até então desconhecida, passou a ser mundialmente associada ao desastre nuclear. Hoje, Pripyat é uma cidade fantasma, que fica dentro da zona de proteção estabelecida pelo governo, mas embora ainda seja proibido morar lá, viagens a turismo são permitidas.

Já nos EUA, uma das principais atrações sombrias é a prisão de Alcatraz. Situada na Baía de São Francisco, o histórico presídio é, há muito tempo, o maior chamariz da cidade. Mas por que alguém visitaria uma prisão extinta? Bem, Alcatraz tem um passado um tanto macabro.

Alcatraz é o nome da ilha, que ficou famosa por ter acolhido uma prisão federal de segurança máxima, entre 1934 e 1963. O local abrigava os prisioneiros mais violentos e perigosos do país, ou aqueles que não conseguiam seguir as regras de outras prisões. Nos 29 anos em que esteve ativa, houve apenas 14 tentativas de fuga, nenhuma delas bem-sucedida.

Entretanto, os irmãos Anglis e Frank Morris fugiram da prisão em 1962. Seus corpos nunca foram encontrados, então não há como afirmar que continuem vivos. As águas que rodeiam a ilha são extremamente frias, em torno de 10ºC!

Desde 1972, Alcatraz está aberta à visitação turística, mas mantém a aura mística mais inexpugnável da história. Alguns dos presos mais famosos do icônico presídio foram: Al Capone, Bumpy Johnson, Mickey Cohen, Alvin Karpis e James 'Whitey' Bulger.

A erupção do Eyjafjallajökull, em abril de 2010, causou tanto estrago que o vulcão passou a ser conhecido mundialmente. Para quem não se lembra, suas perigosas cinzas paralisaram os voos europeus por mais de duas semanas, custando à economia cerca de 5 bilhões de dólares.

Foto: Unsplash - Marc Szeglat

No entanto, a grande erupção teve um lado positivo, já que muitos curiosos passaram a escolher o país gelado como destino turístico. Pessoas que antes sequer cogitavam a Islândia, agora estão ávidas para ver seus glaciares, fiordes, lagoas congeladas, aurora boreal e, claro, o vulcão da costa sul.

A Islândia é uma grande ilha vulcânica, situada no Atlântico norte, a cerca de 300 quilômetros da Groelândia. O país tem uma população de apenas 360 mil habitantes, em uma vasta área de cerca de 103 mil quilômetros quadrados. Sua capital é Reykjavik, onde vive um terço da população, aproximadamente 120 mil pessoas.

Hiroshima foi a primeira cidade arrasada por uma tragédia nuclear, durante a Segunda Guerra Mundial. Em 6 de agosto de 1945, os Estados Unidos lançaram uma bomba atômica, matando 80 mil pessoas. Além disso, dezenas de milhares de cidadãos morreram em decorrência de ferimentos e envenenamento por radiação.

A bomba também destruiu 70% dos edifícios de Hiroshima, que entrou para a história como símbolo do horror causado pela guerra nuclear. Depois, foi criado o Parque Memorial da Paz de Hiroshima, que oferece uma lição clara sobre a importância da paz mundial.

No final do século XVIII, devido aos graves problemas de saúde causados pelos cemitérios da cidade, as autoridades decidiram transferir o seu conteúdo para um local subterrâneo. Isto significa que, em Paris, não existem apenas monumentos icônicos e museus maravilhosos.

As Catacumbas de Paris, um labirinto de esqueletos sob as ruas da cidade, mostram restos mortais de quase seis milhões de pessoas, o maior túmulo do mundo e, segundo alguns, um dos lugares mais assustadores do planeta. Um lugar perfeito para quem gosta de passeios macabros.

A visita dura 45 minutos e percorre a distância de 1,5 quilômetros, com temperatura constantem de 14 graus. Atualmente, as Catacumbas de Paris recebem cerca de 550 mil visitantes por ano.