Hunter Schafer, de 'Euphoria': segredos de uma estrela
A atriz, modelo e ativista Hunter Schafer alcançou a fama definitiva graças ao drama da HBO, 'Euphoria'. Seu papel da t r a n s e x u a l Jules Vaughn não difere muito da realidade desta jovem americana, que tornou-se um símbolo da luta pelos direitos LGBTQIA+.
Quando tinha apenas 12 anos, Hunter Schafer disse a seus pais que era g a y. Suas mudanças físicas, incluindo o fato de que seu bigode começava a crescer, a fizeram perceber que algo estava errado. Ela estava no corpo errado...
Em uma entrevista à rádio pública da Carolina do Norte, em 2016, Hunter Schafer disse que "disforia de gênero é, em geral, um sentimento de pavor e incorreção".
Os contínuos episódios de ansiedade de Hunter Schafer, por causa de sua disforia de gênero, também convenceram sua própria mãe de que seu filho estava no corpo errado.
Assim, sua mãe, Katy Schafer, disse, então: "tínhamos que abrir mão de quem pensávamos que seria nosso filho". Esse apoio deu a Hunter Schafer asas para se tornar o que realmente era.
O pai de Hunter, Mac Schafer, pastor da Igreja Presbiteriana Hudson Memorial, também estava ciente do próximo passo que seu filho estava prestes a dar. Ele se convenceu de que deveria esquecer a ideia de criar um filho, e ver nele uma filha.
Para Hunter Schafer, a Internet e as redes sociais a ajudaram a lidar com sua identidade de gênero. No YouTube, pôde descobrir quais eram os prazos que pessoas como ela seguiam para mudar de s e x o.
Em 2016, quando ainda era estudante, Hunter Schafer entrou com uma ação contra a Lei de Privacidade e Segurança de Instalações Públicas da Carolina do Norte. Essa lei também ficou conhecida como Proposta da Lei do Banheiro, que obrigava as pessoas a usarem os banheiros públicos de acordo com o s e x o indicado na certidão de nascimento e não com o que se identificavam, como era seu caso.
Com o tempo, Hunter Schafer tornou-se uma referência para milhares de jovens com identidade de gênero diferente daquele que lhes foi atribuído no nascimento.
Hunter Schafer trabalhou principalmente como modelo. Desfilou para marcas como Dior, Tommy Hilfiger, Versus Versace, Miu Miu, Rick Owens, Helmut Long, Maison Margiela, Vera Wang e Marc Jacob, entre outras.
Em dezembro de 2017, a revista Teen Vogue escolheu a modelo para estampar a c a p a de sua edição especial '21 under 21 ', que lista os 21 jovens que vão mudar o futuro do mundo.
Já a Teen Vogue proporcionou-lhe um encontro com a ex-senadora Hillary Clinton. Nela, Hunter estava acompanhada de outras meninas dispostas a mudar o mundo: Mary Copeny, Muzoon Almellehan, Nadya Okamoto e Simone Askew. Juntas, puderam ouvir a ex-candidata à presidência dos Estados Unidos falar sobre temas como as mulheres na política, no trabalho e na vida em geral.
No 50º aniversário da primeira parada do Orgulho, a revista Queerty nomeou Hunter Schafer como uma das 50 pessoas que lideram e dirigem a nação no caminho da igualdade, aceitação e dignidade para todas as pessoas.
Em 2021, a prestigiosa revista americana Time também reconheceu o trabalho de Hunter Schafer, incluindo-a na lista 'Next', que reúne os 100 líderes emergentes na luta para moldar o futuro de nossa sociedade.
Além de seu ativismo social e de seu trabalho como modelo, Hunter Schafer ganhou fama por seu primeiro papel como atriz - e o único até agora - na série da HBO 'Euphoria'.
Trata-se de um remake de uma série israelense que conta a história de um grupo de colegiais que navegam pelo mundo das substâncias, relacionamentos, identidade, trauma, redes sociais, amor e amizade.
"Foi o primeiro roteiro completo que li e foi muito emocionante para mim. O fato de os rótulos serem deixados de fora da história é um dos meus aspectos favoritos da série. Deixa os personagens respirarem", disse Hunter Schafer em uma entrevista para o jornal espanhol La Vanguardia.
Na revista Variety, Hunter Schafer comentou sobre seu papel em 'Euphoria': "Precisa haver mais papéis em que as pessoas trans não se preocupem apenas em ser isso. Elas estão sendo trans enquanto têm que lidar com outras questões. Elas são algo muito mais complexo do que uma única identidade".