Filmes imperdíveis de Almodóvar
Ele saiu de uma pequena cidade de La Mancha, na Espanha (como Dom Quixote), para conquistar o mundo inteiro. Já são quatro décadas em que Pedro Almodóvar cria seu próprio universo cinematográfico. Mas os fãs de sua obra sempre querem mais.
Ao longo do caminho, ele recebeu cinco indicações ao Oscar, das quais ganhou duas. Na galeria, reunimos os títulos que o tornaram um aclamado diretor. Confira!
Só quem viveu aquele momento sabe o que significou esse filme na Espanha de 1980. Os atores principais (Alasca, Carmen Maura e Eva Silva) fizeram história, mesmo sem saber. Foram as primeiras "Mulheres Almodóvar" oficiais. Trata-se de uma guia completa da chamada 'movida madrileña', um boom cultural que ocorreu na capital espanhola, após a morte de Franco.
Fabio McNamara rouba os holofotes de estrelas como Antonio Banderas, Cecilia Roth, Imanol Arias e Luis Ciges, nesta comédia ácida. A história reúne personagens como um sheik e uma n i n f o m a n í a c a, entre outros. Mas nada é o que parece.
Quem diria que o terceiro filme deste diretor irreverente teria freiras como protagonistas? Sim, com um truque: as Redentoras Humilhadas tinham seus próprios vícios e paixões. Destaque para a madre superiora interpretada por Julieta Serrano, uma das melhores personagens da filmografia do diretor.
O quarto filme de Almodóvar foi seu salto de qualidade para o cinema internacional. Ele soube combinar seu inegável universo rural com indisfarçáveis homenagens a Roald Dahl. Tudo com uma dona de casa amarga e viciada em anfetaminas como protagonista.
Chus Lampreave brilha com luz própria no filme mais distante do universo almodovariano. Touradas, Opus Dei e abusos deixam de lado a comédia de humor ácido do cineasta para proclamar a trama obscura. Foi o filme responsável de transformar Antonio Banderas em um ícone dos anos 1980.
O título resume toda a loucura erótica que é desencadeada na história. A noite de Madri é, mais uma vez, o cenário perfeito para uma trama que abraça a devassidão que era a capital espanhola no auge da Movida. Eusebio Poncela, Antonio Banderas e Carmen Maura são pura química na tela.
Se você tiver que escolher um único filme de Almodóvar, que seja este. Definitivamente. O diretor passou de mostrar personagens marginais à elite. Elegância, dinheiro, mas os mesmos vícios. Estamos falando de uma comédia perfeita em que Carmen Maura e Julieta Serrano unem-se a Antonio Banderas, Chus Lampreave e María Barranco. Foi a primeira indicação ao Oscar para Almodóvar.
Um filme impensável hoje em dia. Um sequestro, um amor brutal e muita violência. A cena do mergulhador é inesquecível, além disso, reza a lenda que o que aconteceu na cama entre os personagens de Victoria Abril e Antonio Banderas foi mais real do que o esperado. E Pedro Almodóvar soube aproveitar. Um professor.
Marisa Paredes e Victoria Abril serão, para sempre, Becky del Páramo e Rebeca, mãe e filha, em um filme cuja relação é tão tóxica quanto inquebrável. Assassinatos, ciúmes e uma cena final que ficou marcada no cinema espanhol.
O que pode dar errado se o universo de Almodóvar for misturado com ficção científica? Absolutamente nada. Andrea Scarface é uma personagem memorável e Verónica Forqué brilha, como sempre na sua pele.
Marisa Paredes volta a deslumbrar no papel de uma escritora cujo marido a abandona. Então ela decide deixar Madri e regressar à sua cidade. Lá encontramos um dos melhores casais da filmografia de Almodóvar: Chus Lampreave e Rossy de Palma. Eles poderiam estar na tela durante horas e seguiríamos fascinados.
O filme mais cheio de ação de Almodóvar foi indicado ao BAFTA e fez do casal Javier Bardem e José Sancho um bromance inesperado.
O filme é devastador do início ao fim e merecedor do primeiro Oscar de um Almodóvar que abraça o melodrama e deixa a comédia de lado. O diretor apresenta uma espécie de família desestruturada, em que uma freira com AIDS se apaixona por um t r a n s e x u a l. Cecilia Roth e sua dor são esmagadoras.
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Esta é a história de um amor doentio que só Almodóvar seria capaz de adoçá-lo do jeito que fez. O filme alcançou o segundo Oscar para o diretor. No caso, na categoria de Melhor Roteiro Original. Também foi sua primeira indicação na categoria de Melhor Diretor ao prêmio.
Em todos os filmes de Almodóvar há algo de autobiográfico e, neste, é quase tudo. Uma juventude opressora, em um ambiente altamente conservador e católico que fala sobre abusos, traições, mentiras e busca de sua própria identidade.
O filme que consagrou Penélope Cruz como a "Garota Almodóvar" do século XXI teve em Carmen Maura, a Garota Almodóvar original, sua mãe fictícia. Violência doméstica, assassinatos, amor e, acima de tudo, uma brilhante interpretação de Penélope Cruz, como Raimunda, que a levou à sua primeira indicação ao Oscar.
Emendar quatro sucessos como os anteriores prejudicou muito este filme, que não cumpriu as enormes expectativas de público e crítica. Apesar disso, a história nos deixa uma excelente interpretação de Luis Homar, na pele de Harry Caine, Mateo Blanco para amigos.
Este thriller, combinado com ficção científica e novela, é arrebatador como poucos filmes. Antonio Banderas desencadeia uma sede de vingança que esbarra na memória e no amor de uma esposa falecida, que ele tenta recuperar de forma pouco ortodoxa. A trama é digna de Stephen King.
O Almodóvar mais selvagem e louco dos anos 1980 voltou com este filme que reivindica a sinceridade e o desapego como elementos de cura mais eficazes. Trata-se da história de um grupo de amigos que começam a revelar coisas de suas vidas, quando o avião onde viajam fica fora do controle.
Filme não indicado para pessoas sensíveis. Em 'Julieta', o objetivo de Almodóvar é mostrar que, mesmo nos piores momentos, há algo bonito na vida, na culpa, até na dor. Essencial assistí-lo com lenços por perto.
É o filme em que Pedro Almodóvar mostra parte de sua vida, os fantasmas que o assombraram e como enfrentá-los. Tudo sob a responsabilidade de Antonio Banderas que esteve prestes a ganhar o Oscar de Melhor Ator por seu papel.
Neste projeto, Almodóvar volta a ter sua musa contemporânea. Penélope Cruz protagoniza esta história que gira em torno da maternidade, incertezas e más decisões do passado que nos assombram no presente.