O fim do Globo de Ouro? Uma história de corrupção

Prêmio polêmico
Não será transmitido pela NBC
Pressão por mudanças
Acúmulo de denúncias
Talvez em 2023
Suspeitas levantadas
Viagens, presentes e vantagens para o jurado
'Emily em Paris'
Membros permanentes
Diversidade ausente
Compromisso a cumprir
Netflix se pronuncia
Aplauso generalizado a Netflix
Amazon
Queixas e devoluções
Herói fora da tela
Assédio em entrevistas coletivas
Critics Choice Awards
Prêmio polêmico

Considerado o termômetro do Oscar, o Globo de Ouro pode ser cancelado de forma fulminante em 2022. Aos poucos, está sendo revelada uma história de corrupção, preconceito e pouca profissionalidade ligada ao evento. A repercussão já fez que uma das estrelas premiadas devolvesse seus troféus. Entenda!

Não será transmitido pela NBC

A bomba estourou no último dia 11 de maio, quando a NBC anunciou que não exibiria a cerimônia do próximo ano. A companhia também produzia o Globo de Ouro desde 1996 que, algumas vezes, chegou a ser tão assistido quanto o Oscar. Com a pandemia, a premiação registrou uma queda de 64% na audiência.

Pressão por mudanças

O comunicado da NBC explicava que a decisão seria válida até que Associação de Imprensa Estrangeira de Hollywood (HFPA), responsável da entrega do Globo de Ouro, mudasse seu regulamento.

Acúmulo de denúncias

O fato é que a HFPA tem sido alvo de diversas denúncias. "Acreditamos que a HFPA está comprometida con uma reforma notável, mas uma mudança desta magnitude requer tempo e trabalho", alegou a NBC.

Talvez em 2023

"Se a organização realizar seu plano, estamos em condições de emitir a cerimônia de 2023", completa o comunicado, deixando claro que não fecha as portas para o evento. Mas que mudanças a NBC exige?

Suspeitas levantadas

Foi o Los Angeles Times quem primeiro divulgou as práticas de corrupção e discriminatórias vindas de uma HFPA cuja reputação já estava em baixa, há anos.

Viagens, presentes e vantagens para o jurado

O Los Angeles Times revelou a existência de troca de favores entre estúdios, produtoras e membros do jurado que decidia quem merecia ganhar o prêmio.

'Emily em Paris'

O exemplo que o jornal deu foi 'Emily em Paris', uma série da Netflix que, embora muito criticada, foi indicada a Melhor Comédia no Globo de Ouro 2021. Coincidentemente, 30 integrantes da HFPA tinham passado duas noites em um hotel de luxo em Paris, para visitar os cenários da série.

Membros permanentes

Também está o problema da falta de rotação entre os 86 membros da HFPA. Seu poder de influência era tanto que, segundo o Los Angeles Times, sempre estavam nos eventos mais exclusivos.

(Imagem da cerimônia de 2020)

Diversidade ausente

Entre os 86 membros da diretoria da Associação de Imprensa Estrangeira, só havia uma pessoa negra, de acordo com uma carta da associação 'Time's Up', assinada por estrelas como JJ Abrams (foto), Kerry Washington e Amy Schumer, entre outros.

Compromisso a cumprir

Desta maneira, entre os compromissos exigidos à HFPA está o de aumentar a 20 o número de jurados negros.

Netflix se pronuncia

Ted Sarandos, diretor executivo da Netflix, rompeu relações com a HFPA no dia 6 de maio. A plataforma foi o primeiro operador audiovisual a tomar uma medida drástica e anunciá-la.

Aplauso generalizado a Netflix

Ava DuVernay, Shonda Rhimes e Reese Whiterspoon aplaudiram a decisão da Netflix, que, em poucas horas, recebeu o apoio de muita gente envolvida na indústria do entretenimento.

Amazon

Ao "boicote" também se uniram agências de publicidade, relações públicas e, inclusive, a Amazon. A empresa definiu o comportamento da HFPA como discriminatório e desonesto. Jennifer Salke, diretora da Amazon Studios, disse: "Estamos esperando uma resolução sincera e significativa".

Queixas e devoluções

Outros pesos pesados de Hollywood se posicionaram contra o Globo de Ouro de uma forma mais radical. Tom Cruise, por exemplo, devolve seus três troféus por 'Nascido em 4 de Julho' (1990), 'Jerry Maguire' (1997) e 'Magnolia' (2000).

Herói fora da tela

Por sua vez, Mark Ruffalo garantiu não estar "orgulhoso nem feliz" de ter recebido o prêmio na última cerimônia, por seu papel em 'I Know This Much Is True'.

Assédio em entrevistas coletivas

Já sua colega e amiga, Scarlett Johansson, indicada ao prêmio em cinco ocasiões, lembrou algumas perguntas feitas pelos jornalistas do Globo de Ouro, que "beiravam o assédio".

 

Critics Choice Awards

Em Hollywood, apontam este golpe como irremediável para um prêmio que era entregue desde 1944. No seu lugar, especialistas apostam no Critics Choice Awards, muito mais respeitados nos últimos tempos, como o autêntico termômetro do Oscar.