Bordões da 'Escolinha do Professor Raimundo' que ainda usamos
Criada em 1952 na Rádio Mayrink Veiga, a 'Escolinha do Professor Raimundo' levou para a sala de aula alguns dos maiores representantes do humor no Brasil.
Em 1988, passou a fazer parte do programa ‘Chico Anysio Show’, junto a outros quadros produzidos pelo humorista. No começo dos anos 1990, ganhou independência e entrou na grade de programação da emissora. A sua graça estava no formato, nos bordões e principalmente, em quem dava forma aos personagens.
"E o salário, ó!" - Imortalizado pela genialidade de Chico Anysio, o professor Raimundo fazia de tudo para os alunos aprenderem, entretanto, tanta dedicação não compensava o que ganhava.
"Quando eu era criança pequena lá em Barbacena..." - Joselino Barbacena (Antônio Carlos) era tímido e sempre se escondia do professor. Contava histórias que remetiam a sua vida na cidade mineira e, claro, a nota zero era sua conquista.
“Amado Mestre…" - Quando o assunto era usar adjetivos, Rolando Lero (Rogério Cardoso) era impecável. Nunca sabia nada sobre a matéria e até se emocionava com determinados assuntos. O professor, comovido, dava uma ajudinha, mas ele piorava toda situação e o zero era certeiro.
"Opa! Tá na ponta da língua!" - Vivido pelo saudoso Brandão Filho, Sandoval era até então um bom aluno, mas no fim das perguntas feitas, sempre se atrapalhava.
"Só pensa... naquilo!" - É verdade que o tamanho de Zezé Macedo contribuiu para encenar e dar um ar mais pueril a Dona Bela. Menina pura e casta que julgava os outros por serem maldosos, mas, na realidade, tinha uma mente um tanto duvidosa.
"Qui queres?" - Vivido pelo mestre Grande Otelo, o Seu Eustáquio sempre recebia a ajuda da colega Cândida, que, ao revelar a resposta correta, pedia: "É (resposta), mas fala diferente!". Ele entendia errado e se dava muito mal.
"Geraaaaaaaldo!!!" - Tudo era levado para um duplo sentido. O personagem interpretado por Castrinho fazia uma alusão ao estereótipo do menino mimado.
"Beijinho, beijinho, p a u, p a u!" - Era a aluna n i n f o m a n í a c a da escola. Cacilda (Claudia Gimenez) não perdia tempo quando o quesito era cortejar todos os rapazes, principalmente, o professor. A personagem era uma paródia à apresentadora X u x a.
"Ah, professor! Hoje eu vi..." - Interpretada por Stella Freitas, Cândida era a personagem que respondia tudo corretamente referente a outros países. Entretanto, quando chegava a hora do Brasil, era só lágrimas.
"Chamô chamô?" - Marina da Glória (Tássia Camargo) era a queridinha do professor, que se derretia quando ela levantava. Para ela, ele sempre encontrava um jeitinho de aceitar a resposta.
"Aí eu vou pra galera!" - Interpretado por outro filho de Chico Anysio, Lug de Paula, o personagem era um m a l a n d r o ansioso pela hora da merenda.
"Nem tanto, mestre" - É o mais inteligente da turma e enche o professor de orgulho, que até diz: "Queria ter um filho assim!". O personagem era interpretado por Nizo Neto, filho de Chico Anysio.
"Quem? Quem? Quem? Raimundo Nonato!" - O personagem era composto pelo inesquecível Lúcio Mauro. Aldemar sempre inventava histórias sobre um passado glorioso do professor Raimundo.
"Veeeeeenha!" - É uma paródia ao poeta alemão Bertolt Brecht. Interpretado por Mário Tupinambá, Brecha não acertava uma e se irritava quando chamado de “Camarão”.
"Estou porrrr aqui!" - Interpretado pelo querido Orlando Drummond, o personagem sempre dizia que grandes personagens da história eram como ele.
"Tamos aí!" - João Bacurinho, vivido por Olney Cazarré, era um fanático torcedor do Sport Club Corinthians Paulista, e sempre usava uma camisa da Gaviões da Fiel.
"Câmera close!" - Ele tinha certeza que era o homem mais lindo do mundo. Seu visual peculiar esbanjava charme. Dizia ter preconceito contra homens e que eles lhe davam coceira.
"Fazemos qualquer negócio" - É um judeu que só pensa em lucro nem que para isso não tenha benefício nenhum com suas notas.
"C´est Moá, Suppapou Uaçi, o g o s t o s o. Manda!" - O personagem trazia para a realidade indígena ações costumeiras do "homem branco". Resultado? A nota nunca passava de zero.
"No fundo, no fundo, ele queria ter um filho igual a eu" - Sérgio Mallandro vivia o seu sempre personagem de trabalho. Nele, acrescentou a personalidade irresponsável e a habilidade de inventar as mais esfarrapadas desculpas.
“Zerinho? Mas fiz o meu sonzinho” ou “Pelo menos, fiz o meu comercial” - A graça desse personagem era criar efeitos sonoros com a boca e fazer propaganda de um produto.
"Que que há-lho?" - E como sempre, o programa terminava com as pérolas do Seu Baltazar da Rocha. O personagem era hilário porque conjugava os verbos de maneira própria e confundia-se inteiramente com o jogo de palavras.