Se compra compulsivamente, é que sofre do "Efeito Diderot"; entenda!
Sentimento conhecido por muitos, a espiral do consumismo, por vezes, nos possui e faz com que não consigamos sair dela.
Este fenômeno vem sendo estudado desde o século XVIII e é denominado "Efeito Diderot", em homenagem ao iluminista francês Denis Diderot (1713-1784).
Foi no ensaio 'Lamentações sobre meu velho robe. Ou aviso aos que não têm mais gosto do que fortuna', onde Denis Diderot explicou o conceito, após um amigo presenteá-lo com um robe novo, que quase o levou à ruína.
O filósofo dizia que aquela vestimenta era tão maravilhosa e de tal qualidade que tudo ao seu redor era indigno dele, então começou a comprar outros itens, como quadros, móveis, cortinas e tapetes para sua casa.
Assim, ele faliu e nem sequer se sentiu confortável na sua casa redecorada.
“Eu era o senhor absoluto do meu antigo robe, mas tornei-me escravo do novo”, pode ser lido na obra de Diderot.
Embora três séculos nos separem de Diderot, a verdade é que o que aconteceu com ele é uma tendência que continua a existir.
Quem nunca foi a uma loja com a intenção de adquirir uma única peça de roupa e acabou levando um look completo? Ou ia fazer uma pequena reforma em casa e a remodelou totalmente?
Isso acontece porque tendemos a relacionar alguns objetos com outros, de modo que os percebemos como um todo e procuramos dar-lhes harmonia e equilíbrio.
As empresas sabem disso e é cada vez mais comum incentivar o cross-selling: recomendações relacionadas ao produto que acabamos de adquirir.
As coisas ficam especialmente complicadas quando se trata de compras online, já que tudo é pensado para ter o que desejamos ao alcance de um “clique”.
E o que fazer para evitar cair nisso? Em primeiro lugar, esteja atento ao problema, pois sabendo como funciona, poderemos enfrentá-lo com mais ferramentas e determinação.
Por outro lado, devemos tentar ter clareza sobre quais são as nossas reais necessidades; aquelas que nos levaram a fazer uma compra específica.
Uma boa técnica é, sempre que as circunstâncias permitirem, não ter pressa e tentar esperar alguns dias antes de fazer uma compra. Quando o tempo passar, você saberá se ainda parece uma boa ideia.
Outra saída é tentar comprar de acordo com o tipo de itens que já possuímos, privilegiando até a compra e venda de segunda mão, fenômeno que está em franca expansão.
O mais importante é sempre gastar da melhor forma e não se endividar!
Nas palavras do empresário e investidor americano Warren Buffet, é preciso gastar depois de poupar. E seguida, não gastar e poupar. Sabedoria é a chave!