Como identificar sinais de "breadcrumbing" no começo de um relacionamento
Mensagens ocasionais, atenção esporádica, sensação de estar sempre à espera: se está a viver isso num relacionamento, tenha cuidado! Chama-se "breadcrumbing" e é perigoso.
O termo pode ser traduzido literalmente como “deixar migalhas de pão”, ou seja, estabelecer interações reduzidas ao mínimo com a vítima, dando a sensação de querer fazer a relação evoluir, mas sem nunca se materializar.
Esse comportamento nocivo, muitas vezes, deixa a vítima confusa e com um forte sentimento de frustração que, a longo prazo, podem comprometer sua autoestima.
Quem adota essa técnica de manipulação tende a lançar ideias para possíveis encontros, mas sem nunca dar uma data precisa.
Outros sinais incluem a microcomunicação, talvez através de um emoji ou de um comentário nas redes sociais. Existe uma fase de grande impulso alternada com longos períodos de silêncio e ausência.
Você também deve prestar atenção em quando as mensagens chegam. Se for apenas à noite, é provável que seja um sinal de solidão do breadcrumber e não de interesse real.
Segundo o portal Very Well Mind, o breadcrumber costuma fazer o que faz para aumentar sua propria autoestima, ao saber que alguém se interessa por ele. Mas essa não é a única razão.
A imaturidade no estabelecimento de relacionamentos e o medo da rejeição são também podem levar uma pessoa a agir dessa forma prejudicial.
Os breadcrumbers também podem demonstrar elevados níveis de narcisismo, o que os leva a manipular a pessoa em sua mira para obter pequenas satisfações pessoais.
Segundo o psicólogo Raúl Navarro Olivas, professor de Psicologia da Universidade de Castilla-La Mancha, na Espanha, citado pela BBC, o breadcrumbing “é prejudicial porque ataca a nossa necessidade psicológica mais importante: pertencer e estar ligado a outros seres humanos”.
“E, embora não tenha sido objeto de estudos específicos, acredito que pode gerar uma sensação de desamparo aprendido. Ou seja, quando você falha nos relacionamentos, pode pensar que isso vai acontecer de novo”, continua a psicóloga.
Sabrina Romanoff, psicóloga em Nova York, citada pela Very Well Mind, diz que as soluções para lidar como breadcrumbing vêm de dentro de nós.
A psicóloga aconselha a pensar "o que você poderia ganhar se não interagisse com essa pessoa. Encontre alguém que faça você se sentir seguro."
É preciso ser direto e dizer ao breadcrumber como você se sente, além de evitar, por exemplo, responder as mensagens esporádicas dele.
Romanoff aconselha as vítimas desta prática a mostrar-lhes como desejam ser tratadas, reconhecendo o seu valor e recusando-se a contentar-se com demonstrações esporádicas de afeto.
Por fim, como afirma Navarro Olivas, toda pessoa que se sente vítima deste ou de outro tipo de atitude prejudicial deve buscar o apoio de pessoas de confiança, bem como de um terapeuta.
“Gosto de ver a resiliência não como uma qualidade individual, mas como algo que surge graças às pessoas que nos cerca", diz Olivas.
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