Últimas imagens do vulcão de La Palma, que parou por instantes
O vulcão Cumbre Vieja cobre com cinzas a ilha espanhola La Palma. A erupção parou por algumas horas, provocando tensão de estudiosos e moradores, até que a lava reapareceu. Ninguém sabe o que vai acontecer e a única certeza é que este território no meio do Oceano Atlântico vive uma catástrofe sem precedentes.
Depois de uma semana de estragos na ilha, as notícias ainda não são boas. O novo fluxo de lava gerado nas últimas horas conectou-se com o primeiro e, juntos, estão acelerando a destruição de tudo o que tocam.
O novo rio de lava desce do vulcão a 400 metros por hora e atingiu o bairro de Todoque, em Llanos de Aridane, devastando-o ainda mais. Imagens da queda da torre do sino da Igreja de San Pío X viralizaram no país.
O posto de saúde, as instalações da associação de moradores e mais casas foram destruídas por uma lava de cinco metros de altura.
As autoridades esperam que a lava chegue ao mar nas próximas horas, por isso ordenaram o confinamento em várias áreas de Tazacorte. Mesmo à distância, a magnitude do vulcão é impressionante.
No final do último domingo (26), o fluxo de lava estava a 1,5 km da costa atlântica. Apesar da proximidade, não é possível garantir que a chegada ao mar seja iminente.
Basicamente, o caminho da lava não é reto e está contornando alguns obstáculos. O bairro de Todoque fica a pouco mais de 3 quilômetros da costa.
Além disso, entre a lava e o Atlântico, existem várias plantações de banana que podem ralentizar sua chegada ao mar, embora isso seja uma mera suposição.
Ninguém atreve-se a arriscar por quanto tempo o vulcão Cumbre Vieja estará liberando lava. É difícil, senão impossível, determinar até onde irá sua devastação.
A chegada da luz do dia apenas confirma o que pode parecer um pesadelo à noite. A casa, a vida, os sonhos, as memórias ... Tudo foi enterrado debaixo de lava e cinzas.
Por onde a lava passou, será difícil plantar novamente. Um duro golpe para o segundo setor mais importante na região, atrás apenas do turismo.
Os dias passam e as cinzas continuam a acumular-se onde quer que caiam. Esses painéis solares levarão tempo para recuperar sua normalidade, se é que conseguirão.
Casas que não foram engolidas pela lava também estão cobertas de cinzas. Mais de 6.500 residentes foram desalojados até agora.
Enquanto isso, os serviços de emergência fazem o que podem para facilitar o trabalho de todos os envolvidos neste caos com pouca solução, enquanto o vulcão não pára de derramar lava.
Com a ilha toda cheia de cinzas, a prioridade é deixar os acessos livres para possíveis evacuações e ações.
Sem dúvida, o apocalipse que Hollywood tantas vezes vendeu deve ser algo assim. Ruas cobertas de cinzas, gente silenciosa e de olhar perdido, um sentimento comum de tristeza e inquietação diante da fúria da mãe natureza.
A quantidade de cinzas que se espalha pela ilha é incomensurável.
O chef José Andrés foi um dos primeiros a viajar a ilha La Palma para ajudar as pessoas afetadas. Ele e uma grande equipe de voluntários têm fornecido refeições aos desalojados, bombeiros, policiais e quem mais precisar. Também estão presentes ONGs que restauram a fé na humanidade.
O aeroporto de La Palma está aberto, mas todos os voos ainda estão cancelados. Assim, o único acesso à ilha, hoje, é por mar.