A verdadeira história de Michelle Bolsonaro
A poucas semanas da eleição para presidente do Brasil, a campanha de Jair Bolsonaro decidiu tirá-lo do foco para colocar a primeira-dama no lugar, na tentativa de conquistar o público feminino.
Pela primeira vez, num programa eleitoral gratuito, um candidato a presidente não aparece, por vários dias seguidos, para falar ao eleitor. Em vez disso, quem ganha a voz é Michelle Bolsonaro.
De fato, Michelle esteve ao lado de Bolsonaro no lançamento de sua campanha de reeleição, em Juiz de Fora, Minas Gerais, em 16 de agosto de 2022, como podemos ver na imagem.
Seu marido, Jair Bolsonaro, é alvo de críticas pela maneira como trata as mulheres, desde que assumiu o poder. No final do último mês de agosto, por exemplo, proferiu ofensas contra a jornalista Vera Magalhães, no debate entre presidenciáveis, transmitido pela Band.
Outro exemplo da personalidade considerada, por muitos, machista do atual presidente aconteceu na cerimônia de Independência do Brasil, em 7 de setembro. Em seu discurso, ele puxou um coro para que todos o chamassem de "i m b r o c h á v e l". Ao mesmo tempo, incentivou os apoiadores a encontrarem uma "princesa como a primeira-dama".
Recentemente, Michelle Bolsonaro acompanhou o marido ao funeral da Rainha Elizabeth II, em Londres. Na ocasião, tanto ela como seu maquiador (na foto), postaram fotos de seus looks em suas redes sociais. Foram amplamente criticados por, em vez de demonstrar respeito pelo momento de luto, dar créditos às roupas de grife.
Foto: Instagram/@agustinofficial
O fato é que a presença de Michelle Bolsonaro nos atos públicos, antes raras, intensificaram-se nos últimos meses. Na foto, ela aparece com o presidente, durante a cerimônia de promoção dos Generais Oficiais das Forças Armadas, no Palácio do Planalto, em Brasília, em 4 de agosto de 2022.
Para conhecer a trajetória de Michelle Bolsonaro antes e durante sua chegada ao governo, continue na galeria!
Michelle de Paula Firmo Reinaldo Bolsonaro nasceu na Ceilândia (DF), no dia 22 de março de 1982. Sua infância foi humilde. Morou em uma casa precária no quintal dos avós maternos e concluiu os estudos em escola pública.
Seu pai, cearense, trabalhava como motorista de ônibus e separou-se da sua mãe quando Michelle era ainda criança. Ambos progenitores formaram novas famílias e deram quatro irmãos à primogênita.
Para aumentar a renda da casa, Michelle Bolsonaro começou a trabalhar em empresas de eventos e inclusive se aventurou como modelo. Segundo declarou sua mãe, a mineira Maria das Graças, ao jornal Correio Brasiliense, uma missionária evangélica convenceu a filha a deixar a atividade.
Michelle de Paula frequentava a Assembleia de Deus Vitória em Cristo (Advec), fundada por Silas Malafaia. Atualmente é membro da Igreja Batista Atitude, onde atua como intérprete de Língua Brasileira de Sinais (Libras).
A partir de então, Michelle ganhava a vida como demonstradora de alimentos. Esta também foi sua responsabilidade em uma vinícola gaúcha. Logo depois, conseguiu um emprego de secretária na Câmara dos Deputados.
A primeira-dama tem um tio surdo, com quem conviveu na infância, e daí seu interesse em aprender esta forma de comunicação.
Antes de conhecer seu atual marido, o presidente Jair Bolsonaro, Michelle manteve um relacionamento com Marcos Santos da Silva, com quem teve uma filha: Letícia Marianna Firmo da Silva.
O casamento civil com Jair Bolsonaro aconteceu em 2007, seis meses depois de Michelle ter começado a trabalhar como secretária do então deputado pelo Partido Progressista (PP). Em 2011, tiveram uma filha, Laura (foto).
Michelle Bolsonaro quebrou o protocolo de posse de um presidente brasileiro, ao discursar em LIBRAS no parlatório do Palácio do Planalto. Desde que faz parte do governo, envolve-se em projetos de apoio a pessoas deficientes e com doenças raras.
Foto: Marcos Corrêa/PR
Entre as poucas imagens em família publicadas pela primeira-dama nas redes sociais, esta é uma das mais recentes. Michelle posa com suas duas filhas, Laura e Letícia, em novembro de 2021.
Por sua vez, de acordo com o site Metrópoles, em julho de 2021, Michelle e Bolsonaro viviam uma crise, devido à má relação entre ela e os filhos dele.
O fato é que Michelle nunca esteve isenta de polêmicas. Em agosto de 2020, a revista Crosoé e o jornal Folha de São Paulo revelaram que o ex-assessor parlamentar da família Bolsonaro, Fabrício Queiroz, repassou um total de 89 mil reais à conta da primeira-dama brasileira.
Na foto, Michelle em uma campanha de doação de medula.
Michelle Bolsonaro voltou a ser centro das atenções em setembro de 2020, quando meios de comunicação como a Folha de São Paulo divulgaram a notícia de que o programa Arrecadação Voluntária, impulsado por ela, recebeu os 7,5 milhões de reais doados pela Marfrig para a compra de testes para covid-19.
Os recursos foram desviados, sem edital, a instituições evangélicas ligadas à ministra Damares Alves (foto) para a compra e distribuição de cestas básicas. Por outro lado, segundo o jornal, a empresa doadora teria aceitado que se empregasse o dinheiro a qualquer forma de combate à pandemia.
Em dezembro de 2020, em plena pandemia, ela organizou uma festa de Natal no Palácio da Alvorada, que reuniu cerca de 50 crianças e autoridades. A maioria dos presentes, entre eles o presidente e a primeira-dama, estava sem máscara e sem respeitar o distanciamento social.
E, em 2022, no ano em que sai à luz o documentário sobre a morte de Daniella Perez, Michelle Bolsonaro é clicada ao lado da atual esposa do assassino da atriz, Guilherme de Pádua. A primeira-dama e o presidente Jair Bolsonaro haviam ido a uma celebração na igreja Batista da Lagoinha, em Belo Horizonte, da qual Guilherme é um dos pastores.