Brasileiros que podem virar santos
Diversos processos de santificação de beatos brasileiros estão em andamento e, em breve, poderiam ser finalizados. Veja na galeria!
Dom Hélder Câmara foi nomeado arcebispo de Olinda e Recife, em 12 de março de 1964, três semanas antes da ditadura militar ser instaurada no Brasil. Desde então, o religioso resistiu ao regime, denunciando as v i o l a ç õ e s contra os direitos humanos, cometidas pelas autoridades policiais.
Nessa época, além das atividades pastorais de sua arquidiocese, Dom Hélder também atuou em movimentos estudantis, operários, ligas comunitárias, e, sobretudo, no combate à fome e à miséria. De fato, escreveu um manifesto de apoio à ação católica operária e foi acusado de comunista, sendo proibido de manifestar-se publicamente.
Dom Hélder foi um dos fundadores da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) e o único brasileiro a ser indicado, por quatro vezes, ao prêmio Nobel da Paz.
Em novembro de 2022, houve um avanço no processo de beatificação do arcebispo, morto em agosto de 1999. De acordo com a CNBB, o decreto de validade jurídica do processo foi emitido e reconheceu que todos os atos e documentação foram aprovados pelo Dicastério para a Causa dos Santos.
Já em julho de 2023, o Dicastério das Causas dos Santos comunicou, através do portal Vatican News, que nomeou o monsenhor espanhol Melchor José Sanchez de Toca y Alameda como relator da Positio do processo de dom Helder Câmara.
Agora, além de um resumo de toda documentação apresentada, o monsenhor Alameda terá que incluir os depoimentos de testemunhas (Summarium Testium), e reunir os documentos mais relevantes de autoria de dom Hélder ou produzidos sobre ele (Summarium Documentorum).
Dom Hélder nasceu em Fortaleza, no Ceará, em 1909. Com 14 anos entrou no Seminário em Fortaleza, onde cursou Filosofia e Teologia. A ordenação como sacerdote aconteceu aos 22 anos, com a autorização da Santa Sé, pois não completara a idade mínima para receber o sacramento.
Em dezembro de 2022, o Vaticano reconheceu Isabel Cristina Mrad Campos como beata da Igreja. Após o anúncio, sua cidade natal, Barbacena, em Minas Gerais, celebrou a vitória com uma cerimônia de oficialização.
(Foto: Divulgação / Paróquia Nossa Senhora da Piedade)
Isabel tinha 20 anos quando foi morta com 15 facadas por um homem que tentou e s t u p r á-la. Sua vida era dedicada ao próximo, ao catolicismo e aos estudos, onde tinha como objetivo tornar-se pediatra e cuidar de crianças pobres.
(Foto: Divulgação / Diocese de Mariana)
Com a sua partida, a data de 1º de setembro passou a ser dedicada a ela, com diversos tipos de homenagem. Desta maneira, a jovem passou a ser vista como mártir e a ter seu túmulo visitado por fiéis.
(Foto: Divulgação / Diocese de Mariana)
Quase um ano após ser anunciada a sua beatificação, a produtora Lumine, lançou um documentário sobre a sua vida. O filme ‘Isabela Cristina: uma história de martírio’ está disponível gratuitamente no YouTube.
(Foto: Reprodução / YouTube)
Natural de Santana do Cariri, no Ceará, Benigna foi assassinada, em 1941, aos 13 anos, com golpes de facão dados por um adolescente que a assediava.
(Foto: Divulgação / Diocese do Crato)
A partir daí, ela foi aclamada como “heroína da castidade”. Em 2022, foi lembrada pelo Papa Francisco, durante audiência geral na Praça São Pedro, no Vaticano. O pontífice saudou a jovem mártir: "Que o seu exemplo nos ajude a ser generosos".
O seu título de beata foi concedido pelo Vaticano em 2019, mas demorou a ser oficializado por conta da pandemia de covid-19.
(Foto: Divulgação / Diocese do Crato)
Nordestina do Rio Grande do Norte, Irmã Lindalva foi mais uma vítima de tentativa de e s t u p r o. Ela resistiu ao assédio de um homem, enquanto servia seu café da manhã, e foi morta com 40 golpes de facão.
(Foto: Divulgação / Diocese de Salvador)
Cartorze anos depois do crime, Irmã Lindalva foi beatificada em cerimônia acompanhada por mais de 25 mil fiéis. Por conta do martírio que passou, a religiosa não precisou comprovar milagres para tornar-se beata e o seu processo foi considerado um dos mais rápidos da história.
Filha de agricultores alemães, Albertina Berkenbrock é considerada a primeira mártir brasileira. Ela morreu em 1931, em Imaruí, município do interior de Santa Catarina, após uma tentativa de e s t u p r o por um funcionário da fazenda do seu pai.
(Foto: Divulgação / Diocese de Tubarão)
Cinco décadas se passaram até que a arquidiocese de Florianópolis deu início ao processo de sua beatificação, consolidado no dia 20 de outubro de 2007. Seu túmulo, em Tubarão, Santa Catarina, é um ponto de peregrinação de fiéis que vão até lá em busca de alcançar graças.
(Foto: Divulgação / Diocese de Tubarão)
O processo de beatificação do médico, surfista e seminarista Guido Schäffer avançou e ele está mais perto do carioca virar santo. Em maio de 2023, o Vaticano reconheceu suas virtudes heroicas e o tornou venerável.
(Foto: Reprodução / Instagram)
A próxima etapa do processo é Guido tornar-se beato, que é quando se comprova a existência de um milagre obtido pela sua intercessão. Depois, ao identificar um segundo milagre, acontece a santificação.
(Foto: Reprodução / Instagram)
Além dos fiéis terem lhe atribuído milagres e curas, seus defensores acreditam que a imagem de um santo jovem e esportista, vai ajudar a Igreja a se reconectar com o público mais jovem.
(Foto: Reprodução / Instagram)
Apesar de não ter nenhum processo aberto para sua santificação no Vaticano, o padre Wagner Rodolfo da Silva virou “santo popular” no interior de São Paulo. Os fiéis da paróquia a qual estava à frente, compartilham testemunhos de fé e atribuem a intercessão do religioso para graças alcançadas.
(Foto: Reprodução / G1 / TV Vanguarda)
Wagner tinha 35 anos quando morreu tragicamente. Na época, em 2003, o pároco foi sequestrado das dependências da igreja e decapitado. No seu enterro, a comoção foi geral, e, atualmente, no túmulo onde seu restos mortais se encontram, dezenas de placas estão fixadas em agradecimento às graças alcançadas.
(Foto: Reprodução / G1 / TV Vanguarda)