A perigosa cirurgia para mudar a cor dos olhos cada vez mais requisitada
A polêmica cirurgia de mudança da cor dos olhos tem ganhado força e preocupado especialistas.
O procedimento é chamado de Ceratopigmentação. De acordo com o The Wall Street Journal, ele era feita, anteriormente, somente em pacientes com condições de saúde da córnea.
Agora, cresce como uma prática cosmética, por meio da tatuagem de uma nova cor na íris (a parte pigmentada do olho).
Primeiro, o médico corta túneis na camada externa da córnea com um laser, abre-os com uma ferramenta e injeta corante neles, segundo o jornal americano.
Especialistas e organizações internacionais alertaram que a cirurgia apresenta riscos sérios, incluindo cegueira, infecções e sensibilidade à luz.
Em janeiro, a Academia Americana de Oftalmologia pronunciou-se contra a ceratopigmentação para fins estéticos, visto que os riscos podem superar os benefícios.
O WSJ informa que a cirurgia estética começou na Europa, na década de 2010. Entretanto, o The Guardian explicou que nenhum médico a realiza no Reino Unido.
O jornal britânico relatou que a primeira conferência médica dedicada ao procedimento foi realizada na Espanha, em 2024.
Ainda assim, o presidente da conferência, Jorge Alio, chefe de oftalmologia da Universidade Miguel Hernández, na Espanha, foi muito cauteloso ao abordar o uso cosmético da cirurgia.
"O procedimento deve ser realizado apenas por cirurgiões de córnea adequadamente treinados e com boa formação médica, com conhecimento dos critérios de seleção de pacientes", disse ele ao The Guardian.
Ele também disse que estes médicos devem estar atentos aos pigmentos a serem usados, pois alguns são perigosos.
Poucos médicos têm realizado a cirurgia nos EUA, segundo o WSJ, que entrevistou um deles na cidade de Nova York.
O médico disse que cobra US$ 12.000 por cada cirurgia pra a qual não há cobertura de seguro, então os pacientes devem pagar do próprio bolso. Ele ainda espera tratar cerca de 400 pessoas, este ano.
O jornal também citou um artigo de 2021 sobre os riscos da cirurgia. Doze de 40 pacientes disseram que tiveram efeitos colaterais, incluindo condições graves na córnea.
A maioria reclamou de sensibilidade à luz, que parece ser o efeito colateral mais comum da cirurgia. Alguns voltaram ao normal, mas outros não.
Ainda assim, as consequências mais severas aparecem para pacientes com histórico de cirurgia Lasik para corrigir a visão. O risco para eles é perder a visão.
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