O passado traumático de Julie Andrews, a eterna Mary Poppins

A primeira palavra que disse quando criança foi 'lar'
A rosa inglesa
Segunda Guerra Mundial
A cantora mais jovem da Grã-Bretanha
Segredos de família
Problemas com o álcool
Padrasto abusivo
Uma surpresa inesperada
Um talento que não poderia ser ofuscado
Audrey Hepburn
Prêmios de Melhor Atriz
Auge da fama
Começar a viver por si mesma
Segundo casamento
Dois livros
Terceiro livro?
A primeira palavra que disse quando criança foi 'lar'

Julie Andrews começa sua autobiografia, 'Home: A Memoir of My Early Years', revelando detalhes fascinantes de sua vida e segredos familiares há muito guardados, que também compartilhou com a Vanity Fair.

A rosa inglesa

Julia Elizabeth Wells nasceu em 1º de outubro de 1935, na Inglaterra. Seu pai, Edward Charles Wells, um professor gentil e paciente, era seu maior apoio. Ela descreve com carinho os passeios pelo campo com ele: "Ele nos tratava, a mim e aos meus irmãos, como queridos companheiros". Seus pais se divorciaram em 1943 e sua mãe, Barbara, se casou imediatamente com seu amante.

Segunda Guerra Mundial

Barbara, uma talentosa pianista, passava muito tempo em turnê pela Inglaterra com o cantor Ted Andrews, o que gerou escândalo. Durante esse período, Julie ficou com o pai, mas depois, com a Segunda Guerra Mundial, foi morar com a mãe e o padrasto em Londres. Apesar das dificuldades, Julie recorda momentos positivos, como seu padrasto entretendo os londrinos durante os bombardeios e sendo ele quem a ensinou a cantar.

A cantora mais jovem da Grã-Bretanha

Aos 10 anos, Andrews já se apresentava com a mãe e o padrasto. Sua beleza e talento eram tão grandes que Julie rapidamente se tornou a principal atração, sendo conhecida como "A cantora mais jovem da Grã-Bretanha".

Segredos de família

Aos 13 anos, Andrews já sustentava sua família e seguia o conselho de seu professor de canto: "O amador trabalha até fazer bem. O profissional trabalha até não errar."

Problemas com o álcool

Sua mãe e seu padrasto eram alcoólatras. Muitas vezes, Andrews tentava consolar seus irmãos mais novos após uma briga.

Padrasto abusivo

Andrews relatou abertamente o comportamento de seu padrasto. Uma noite, depois de beijá-la, ele deu uma explicação perturbadora: "Tenho que te ensinar a beijar como se deve". A esperta Julie contou à sua tia, e no dia seguinte, seu tio colocou um trinco na porta do seu quarto. No entanto, ela encontrava consolo nas visitas ao seu pai e sua nova família.

Uma surpresa inesperada

Mas, mesmo essa relação, que Andrews considerava sagrada, não era o que parecia. Quando Andrews tinha 14 anos, sua mãe a levou a uma festa e pediu que ela cantasse. Após sua apresentação, ela foi abordada por um homem "extremamente bonito", com quem sentiu uma conexão. No final da noite, sua mãe lhe disse que aquele homem era seu pai.

Um talento que não poderia ser ofuscado

Apesar de sua infância e adolescência traumáticas, Julie Andrews estreou na Broadway em 1954, no musical 'The Boyfriend', e alcançou a fama em 1956 ao interpretar Eliza Doolittle em 'My Fair Lady'.

Audrey Hepburn

Quando chegou o momento de escolher a atriz para a versão cinematográfica, Jack Warner deu o papel a Audrey Hepburn. Embora Andrews tenha adotado uma postura diplomática, Hepburn lhe confessou: "Julie, você deveria ter feito o papel... mas eu não tive coragem de recusá-lo".

Prêmios de Melhor Atriz

Perder o papel de Doolittle acabou abrindo as portas para Andrews protagonizar 'Mary Poppins', o enorme sucesso da Disney em 1964, pelo qual ela recebeu o Oscar e o Globo de Ouro de Melhor Atriz.

Auge da fama

Andrews alcançou o auge da fama em 1965 com 'A Noviça Rebelde' ('Música no Coração', em Portugal), que a lançou ao estrelato. No entanto, ela não estava completamente feliz, pois admitiu ter se sentido sobrecarregada quando seu primeiro casamento com Tony Walton terminou em 1967.

Começar a viver por si mesma

Essa experiência a levou a procurar um psicólogo e durante as consultas pela separação de Walton, ela percebeu que era uma pessoa que tentava agradar aos outros e que precisava começar a viver por si mesma.

Segundo casamento

Nesse período, Blake Edwards entrou na vida de Andrews. Eles se casaram em 1969 e trabalharam juntos em vários projetos, como 'S.O.B.' e 'Victor Victoria'. A família deles, composta por filhos de casamentos anteriores e duas meninas adotadas no Vietnã, consumiu grande parte da vida da atriz, que acabou repetindo os padrões caóticos de sua infância. Blake faleceu em 2010, após anos de abuso de substâncias, hipocondria e depressão.

Dois livros

Além de 'Home: A Memoir of My Early Years', Julie também escreveu outro livro de memórias, lançado em 2019, 'Home Work'. Em ambos os livros, a atriz se apresenta como uma dona de casa que cuida constantemente de famílias dispersas, pais idosos, irmãos temperamentais e filhos travessos.

Terceiro livro?

'Home Work' termina com as filmagens de 'Assim É a Vida' (1986), onde Julie interpreta a esposa de um homem com problemas, algo que reflete sua própria vida. Espera-se que um terceiro livro de memórias seja lançado, já que Andrews, que fará 89 anos em outubro de 2024, ainda tem muitas histórias para contar, como a perda de sua voz de cantora após uma cirurgia malsucedida em 1997.