A verdadeira relação de Charles com William e Harry
Além de rei da Inglaterra, Charles III também é marido, pai e avô. Ao longo dos anos, comentários controversos foram feitos sobre o relacionamento do monarca com seus filhos, especialmente porque a família viveu discórdias, divórcio e morte.
Os filhos do rei Charles são o príncipe William, agora príncipe de Gales, e o Príncipe Harry, Duque de Sussex. Um será o futuro rei, e o outro rompeu completamente com os deveres reais. No entanto, quando eram crianças, tudo parecia mais simples.
William e Harry receberam uma boa educação de seus pais. Claro que a vida sob os holofotes nunca foi fácil para os dois meninos, mas definitivamente havia certo equilíbrio dentro da unidade familiar.
De acordo com The Mirror, Charles disse em um documentário: "Quando William era pequeno, eu costumava brincar com ele o máximo que podia".
Charles esteve por perto em momentos importantes para as crianças. William até se lembrou, em um documentário da ITV, que seu pai foi vê-lo em uma peça teatral da escola. No entanto, nem tudo saiu como o esperado.
William disse: "Estava prevista uma explosão pirotécnica no palco, mas quando eu pulei, nada aconteceu. Então comecei a ler meu texto, lembro-me que estava em pânico. De repente, a pirotecnia funcionou, enquanto eu lia e o meu pai, literalmente, não conseguia parar de rir. Cheguei a parar a leitura, para lançar a ele um olhar mortal. Foi terrível. Honestamente."
O casamento entre o príncipe Charles e a princesa Diana não ia nada bem e, como em todas as famílias, as crianças percebera que algo estava mal. Lentamente, a dinâmica familiar começou a mudar.
De acordo com The Daily Beast, William estava "esgotado" por conta do desgaste matrimonial de seus pais. Ele havia ficado do lado de sua mãe, uma situação extremamente cansativa para qualquer jovem.
O autor de 'Diana's Boys', Christopher Andersen, disse ao The Daily Beast: "Quando tinha 9 anos, William estava em estado de choque por causa da guerra conjugal entre seus pais. Seu primeiro impulso foi confortar Diana. Enquanto ela fugia para o banheiro, em lágrimas, William enfiava lenços de papel por baixo da porta, pedindo para que ela não chorasse."
"Na época, William culpou Charles por deixar sua mãe infeliz e, muitas vezes, atacava seu pai, com raiva. Ele foi visto de punhos fechados, ao gritar: 'Eu te odeio, papai!", continuou o escritor.
William tinha quase 14 anos, quando Charles e Diana decidiram-se pelo divórcio. O The Daily Beast relata que surgiram especulações de que o relacionamento entre William e Charles era difícil, já que a idade do jovem permitia-lhe entender o que acontecia.
Harry, no entanto, tinha apenas 11 anos de idade. Amigos da família real especularam que ele tinha um relacionamento mais forte com Charles, na época, conforme publicou o The Daily Beast.
Mesmo assim, depois do divórcio, Charles escreveu aos dois filhos enquanto eles estavam no colégio interno de Eton. Na entrevista da ITV, William disse que ele e seu irmão trocavam cartas e liam entre eles. Charles, sem dúvida, fez um esforço para manter-se em contato com os meninos.
Sobre as cartas, William acrescentou: "Sua caligrafia era notoriamente difícil de ler, percebe-se que ele escrevia quando já estava cansado, perto da meia noite. As letras alongadas, como o 'a', por exemplo, acontecia porque ele estava prestes a adormecer".
Muitos anos depois, foi William quem finalmente confessou qual era sua impressão de Charles, como pai. No documentário da BBC, 'Prince, Son and Heir: Charles at 70', o príncipe afirmou que estava frustrado com a rígida disciplina de Charles.
"Ele tem uma rotina, o homem nunca para. Quero dizer, quando éramos crianças, havia caixas e mais caixas de trabalho que o escritório o enviava. Mal conseguíamos chegar a sua mesa para dizer boa noite", afirmou William, no documentário.
Então, em agosto de 1997, quando William tinha 15 anos e Harry, 12, a princesa Diana sofreu um trágico acidente de carro em Paris, onde perdeu a vida. As duas crianças ficaram com o coração partido e toda a família real sofreu. O episódio foi o início de uma mudança profunda em ambos.
Os três cavalheiros ficaram sozinhos. Parecia até que eles haviam se unido num momento de necessidade. De fato, Charles levou os filhos para uma viagem de esqui na Suíça, alguns anos depois. No entanto, as interações com a imprensa davam pistas sobre o que realmente acontecia a portas fechadas.
Apesar do grande número de entrevistas que os dois meninos deram, não houve quase nenhum comentário sobre o pai. Certamente, parecia não haver elogios por parte de William e, até hoje, ele falou muito pouco sobre sua relação com Charles.
No programa da BBC 'Diana, 7 Days', William disse: "Minha avó queria proteger os netos e meu pai também. Ela tirou deliberadamente todos os jornais ou revistas de casa, então não sabíamos o que acontecia no mundo lá fora."
No documentário da BBC, Harry também falou sobre seus dias tristes, após a morte de sua mãe: "Uma das coisas mais difíceis para um pai deve ser contar a seus filhos que sua mãe morreu. Não saberia como lidar com isso. Mas ele estava lá para nós e tentou fazer o seu melhor para garantir que fôssemos protegidos e cuidados. Ao mesmo tempo, meu pai também passava pelo mesmo processo de luto."
Em 2017, no entanto, Harry falou à Newsweek sobre a procissão do funeral de sua mãe, na qual ele caminhou formalmente atrás de seu caixão: "Acho que nenhuma criança deveria ser solicitada a fazer isso, sob nenhuma circunstância".
Mais tarde, foi Harry quem ganhou as manchetes com seu trajes irreverentes e namoradas controversas. Com o passar do tempo, no entanto, parecia que ele havia superado as dificuldades e estava pronto para estabelecer-se com Meghan Markle.
No casamento do duque e da duquesa de Sussex, Charles desempenhou um papel vital. Devido a brigas familiares do lado de Markle, Charles teve a honra de levar sua futura nora ao altar.
William também parecia estar à vontade no seu papel dentro da família real. Ele casou-se com Kate Middleton e teve filhos. Mas Charles não gostou da mudança que observou em seu filho mais velho.
De acordo com The Daily Beast, parece que o monarca não lidava bem com o estilo mais emocional de seu filho, sobretudo após o casamento com Kate. O público, no entanto, passou a amar o casal apaixonado, cada vez mais.
"O estilo de Charles é muito diferente, ele é fechado e não gosta das emoções", disse uma fonte da família, ao The Daily Beast. "Falar sobre sentimentos o incomodou, principalmente com William, porque ele achava que o futuro rei não deveria ser sensível."
Apesar das "múltiplas brigas" entre pai e filho, como relata o Daily Beast, o relacionamento permaneceu forte. Eles sabem a importância que têm dentro da realeza e isso é algo que os une.
Harry, por outro lado, quis proteger sua esposa e filhos da mídia e do estresse da imprensa. Assim, no começo de 2020, decidiu levá-los para morar no continente americano.
Imagem: As memórias de Harry, 'Spare'
Esta separação deve ter sido um golpe duro para Charles, que esteve muito próximo de Harry, durante os difíceis anos 90. De fato, Harry contou a Oprah que seu pai o "cortou da família" por conta de suas decisões e classificou a realeza como "racista".
Sobre seu pai, o caçula afirmou: "Eu sempre o amarei, mas ainda há muita dor e continuo a tentar curar isso, como uma das minhas prioridades." Harry também disse que sentia pena de seu pai e irmão, pois estavam "presos" em suas vidas reais.
Certamente, a saída do irmão mais novo fortaleceu o vínculo entre William e Charles, que tiveram que defender a família real e trabalhar juntos a partir desse momento.
Charles tenta manter um relacionamento forte com seus netos, por meio de seus filhos, e tem apenas coisas boas a dizer. No Instagram, declarou estar "orgulhoso" de William.
Em seu primeiro discurso para a Grã-Bretanha e seus reinos da Commonwealth, o rei Charles III deixou claro que deseja o melhor para Harry e sua nora Meghan: "Também quero expressar meu amor por Harry e Meghan, enquanto eles continuam a construir suas vidas no exterior".