Monica Lewinsky: assim é sua vida, após escândalo com Bill Clinton
Monica Lewinsky tinha 22 anos quando foi extremamente exposta pela mídia, no final da década de 1990, devido a seu suposto romance com o então presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton.
Mais de duas décadas depois do escândalo na Casa Branca, seu nome continua soando familiar no mundo.
De fato, Monica Lewinsky é, hoje, convidada a comparecer a diferentes eventos, como foi o caso da estreia do filme 'What's Love Got To Do With It?' (foto) em Londres, em fevereiro de 2023.
Na foto, Monica Lewinsky posa ao lado de Rita Ora e Taika Waititi, durante a Vanity Fair Oscar Party, em março de 2022, em Beverly Hills, California.
Além disso, Lewinsky conta sua história, na qual foi vítima do julgamento público, em entrevistas, artigos e palestras como forma de alertar sobre cyberbullying.
Lewinsky, inclusive, contribuiu com a produção de um episódio de uma famosa série, sobre tudo o que viveu no passado. Continue na galeria para saber mais!
Assim que a notícia do caso de Clinton com Lewinsky espalhou-se, o presidente foi rápido em negá-la, tanto em público quanto em privado. Todos se lembram de sua declaração de inocência em um discurso feito em janeiro de 1998: “Eu não tive relações s e x u a i s com aquela m u l h e r”.
Em 'Hillary', um documentário do canal Hulu, Hillary Clinton fala sobre como seu esposo explicou-lhe que tudo era apenas uma confusão: "Ele disse 'Não é verdade, posso ter sido muito bom com ela e posso ter dado atenção demais a ela'”.
De acordo com Monica Lewinsky, Bill Clinton a aconselhou a assinar uma declaração na qual ela negava haver tido relações s e x u a i s com ele. O presidente também deu seu depoimento para uma ação judicial não relacionada ao caso, naquele mesmo mês.
(Foto: Helene C. Stikkel - Originalmente do US DOD, domínio público)
As mentiras de Bill Clinton logo foram descobertas. Em fevereiro de 1998, a imprensa revelou o teor de uma conversa gravada secretamente entre Lewinsky e sua colega de trabalho, Linda Tripp. Do charuto ao vestido azul manchado, tudo veio à tona.
Foto: Arizona Republic
Em uma palestra no TED de 2015, Lewinsky definiu-se como uma das primeiras vítimas de cyberbullying: "De pessoa privada, me tornei uma figura publicamente humilhada por todo o mundo. Perdi minha reputação, minha dignidade e quase perdi minha vida".
Em 2021, sua história foi contada em forma de ficção na série 'American Crime Story', onde chegou a trabalhar como conselheira dos roteiristas.
A produtora executiva e escritora Sarah Burgess disse à Entertainment Weekly: “Parece que, em 1998, nossa cultura criou uma segunda Monica Lewinsky que não tem nenhuma relação com a pessoa real”.
(Foto: Estrela)
Em 1999, o presidente Clinton foi absolvido por obstrução à justiça e perjúrio após seu julgamento de impeachment. Ele não só salvou seu casamento com Hillary, como também seu emprego como presidente, apesar do escândalo.
Todos foram rápidos em perdoar o Sr. Presidente, ao contrário do que fizeram com Lewinsky. Ela passou muito tempo sendo alvo de todo tipo de insulto. A foto é de máscaras de Halloween de Bill Clinton e Monica Lewinsky, que foram vendidas amplamente na época.
Monica foi convidada pela Vanity Fair para fazer uma sessão de fotos em 1998, o que não contribuiu muito para melhorar sua imagem. Uma escritora do The New York Times, Maureen Dowd, chegou a comparar o ensaio aos que poderiam ser encontrados em uma revista "adulta", devido à roupa com a qual a jovem aparecia.
Apesar de tudo, Monica Lewinsky seguiu adiante. Em 1999, lançou o livro 'Monica's Story', além de sua própria linha de bolsas. Também conseguiu um trabalho como porta-voz da Jenny Craig, uma empresa de perda de peso.
Lewinsky precisava fazer tudo o que pudesse para ganhar dinheiro. Ela confessou ao New York Times em uma entrevista, no ano 2000, que tinha 1,5 milhão de dólares em dívidas com advogados. Então tentou encontrar uma recompensa com sua fama.
Em busca de mais anonimato, Lewinsky mudou-se de Washington para Nova York no início de 2000. Entretanto, logo descobriu que, mesmo na Big Apple, ela também recebia atenção negativa. O New York Post deu-lhe, inclusive, o cruel apelido de “Pepperpot Portly”.
Ainda assim, ela não desistiu. Apresentou um programa de TV, em 2003, chamado 'Mr. Personality' e conseguiu um emprego como correspondente do Channel 5 no Reino Unido, onde falava sobre as tendências e a cultura americana em um programa chamado 'Monica's Postcards'.
Até que, em 2005, ela decidiu fugir de sua vida nos Estados Unidos e mudou-se para Londres, onde estudou psicologia social na London School of Economics.
Curiosamente, a tese de Lewinsky para seu mestrado foi intitulada “Em busca do jurado imparcial: uma exploração do efeito da terceira pessoa e publicidade pré-julgamento”.
Após sua formatura em 2006, Monica Lewinsky fez o possível para ficar longe dos olhos do público. Em 2014, publicou um relato sobre o escândalo na Vanity Fair, que decidiu mantê-la como colaboradora.
“Ele era meu chefe. Ele era o homem mais poderoso do planeta. Ele era 27 anos mais velho do que eu, com experiência de vida suficiente para se conhecer melhor. Ele estava, na época, no auge de sua carreira enquanto eu estava no meu primeiro emprego após a faculdade”, disse Monica Lewinsky na revista.
Foto: Time Magazine
Lewinsky criou um perfil público no Twitter, em 2014, onde começou a expressar suas opiniões sobre política e promover seu status de “ativista anti-bullying”.
Ela usou sua voz para falar contra o cyber-bullying, em entrevistas, a partir de sua experiência pessoal. Na foto, vemos Lewinsky dando uma palestra no Ted em 2015.
(Foto: jurvetson / flickr)
Em entrevista à CNN, Monica autodenominou-se “paciente zero” em relação ao cyberbullying. Assumiu, assim, a missão de ajudar aqueles que sofrem com o mesmo problema e de tentar impedir que isso chegue a acontecer. (Foto: CNN)
Lewinsky passou a maior parte de seu tempo, nos últimos anos, falando sobre os danos que o bullying causa e contribuindo para a iniciativa antibullying Bystander Revolution, fundado por MacKenzie Scott (anteriormente Bezos).
(Foto: ABC News)
Em 2019, Monica apareceu em 'Last Week Tonight with John Oliver' no quadro 'Public Shaming'. Oliver falou abertamente sobre o tratamento injusto que Lewinsky havia recebido. Inclusive citou outros comediantes, como Jay Leno, que fez piadas ofensivas sobre Monica.
Em 2021, Monica Lewinsky e o cineasta Max Joseph contaram, no documentário '15 Minutes of Shame', a história de pessoas como ela, que sofreram vergonha pública e assédio cibernético.